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Bio-quê?

Desde que me lembro de ser gente que a música faz parte da minha vida. Através da aprendizagem de música durante mais de 6 anos, através da ginástica (rítmica, que a música é sempre necessária para servir de base), através dos tempos livres..... sempre fui fã de música e de dança.

Durante muitos anos fui também autêntico pé-de-chumbo, tinha vergonha em soltar-me através da dança, A kizomba, nesse sentido (e antes disso a zumba), veio ajudar e muito a deixar para trás o complexo... e a permitir que o corpo se expressasse por meio das notas musicais. É certo que a educação que tive (e a personalidade que ainda tenho) me fizeram conter este gosto por dançar e celebrar a vida através da música. Mas inquestionável é também a forma como mudamos com o passar dos anos, e passamos a seguir mais o instinto e menos o preconceito que teima em formatar a nossa mentalidade.

Por isso, há um ano atrás (mais coisa, menos coisa), um amigo dos tempos da secundária falou-me na biodanza. Que é algo do género "dançar a vida", que ele estava fã desta expressão, e que iria haver uma aula aberta na praia, gratuita, e que era a oportunidade perfeita para eu experimentar.
Dançar? Na praia? Gratuitamente? Encantada da vida! E lá fui eu experimentar essa coisa da "bio-dança"...

Confesso que ao princípio estranhei. Aliás, ao princípio, durante e no fim. Achei aquilo um pouco pró estranho. O pessoal dança.... muito dado, há que deixar o sentimento vir ao de cima, as pessoas tocam-se e revelam-se a estranhos, o facilitador vai dando orientações de uma forma muito.... espiritual (confesso que pensei várias vezes "huummmm.... este pessoal andou a fumar coisas estranhas""), e eu ponderei várias vezes "o que é que estou aqui a fazer???".
Mas a verdade é que, 3 horas depois, me sentia bem. E mais de um ano depois, não esqueci aquela experiência.

Há uns meses atrás, um outro amigo que reencontrei voltou a falar-me da biodanza. De como ele faz, há anos que o faz, que mal não faz.... e que eu deveria voltar a fazer. E eu, que para dançar não preciso de grandes argumentos, lá pensei "e porque não?".

Voltei a experimentar há umas semanas. Levei uma amiga (que não conhecia e que ficou fã), e lá fui, para 2 horas de baixa-expetativa (lá vou eu dançar de forma estranha, com gente estranha, e fingir estranhamente que estou num patamar de espiritualidade muito acima do real).
Lições?: 1) ainda bem que fui sem expetativas, adorei a aula. 2) há lá gente de todas as raças, credos e idades. E não exagero quando digo que estava lá um senhor na casa dos 70 / 80, com quem dancei, e que me fez pensar "ai que ele tem fôlego para isto e eu não, que vergonha, vou ter um avc porque não consigo acompanhar um "avozinho". 3) ao princípio estranhei (outra vez) as pessoas todas sorrirem para estranhos ou conhecidos. E de repente, sem que nada o previsse, também já eu me ria, sem qualquer complexo ou preconceito associado. 4) a biodanza faz transpirar!!! Pareceu-me quase uma aula puxada de zumba (que saudades!!!). 5) ficou o bichinho, a vontade de voltar a uma aula destas. E a outra e a outra....

Mas o mais curioso aconteceu hoje.
Fui ver um espetáculo de bailado no Teatro Camões, onde no fim os bailarinos vêm à plateia buscar vários espetadores para os acompanhar numa dança. Se fosse há alguns anos atrás, eu teria ficado incomodada e até mesmo surpreendida com o à-vontade de algumas pessoas (não-bailarinas, penso eu) em cima do palco. Mas hoje, a ideia que me veio à cabeça, face à alegria e à-vontade dos presentes em acompanharem os bailarinos, foi que, de repente, eu estava numa aula de biodanza. Com todos a dançar, sem complexos ou atitudes por aí além, a sorrirem e felizes com o momento que vivenciaram.


Pois é.
Eu, musicodependente me confesso. Dançodependente me assumo. Sinto-me já kizombeira, rockeira ou outro tipo qualquer de bailarina (venha a música, é o que é!)... mas R e G,, parece-me que não estou longe de me tornar numa também "biodanzeira"!


(foi esta a música que dancei com o senhor dos entas e muitos... Respeito pela energia dele, que põe a minha a um canto ainda antes de o Freddy chegar ao 1º refrão!)



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