Para os mais dados à
intuição, à espiritualidade ou à religião, faz todo o sentido considerarem que
todos nós temos um sexto sentido. E que, no caso das mulheres (não sei porquê,
sinceramente), é particularmente aguçado e desenvolvido.
Ora eu, que até tenho
uma certa curiosidade pela espiritualidade, acredito que todos temos um sexto sentido…
mas que nem sempre aponta para o sítio correto. No meu caso concreto, e mesmo
sendo mulher (supostamente com sentido apurado, amplificado, blablabla), sou
geminiana, portanto devo ter 2 sextos sentidos. Que em conjunto, ao contrário
de se transformarem numa equipa e lutarem pelo mesmo objetivo, não – medem forças
diariamente e acabam por se anular… e depois eu que me aguente.
Exemplos?
Chego a um sítio e
sinto um ambiente estranho – tóxico, até. As pessoas agem aparentemente com
normalidade, mas o meu “sexto sentido A” dispara sinais de alerta “cuidado,
cuidado, algo aconteceu ou está para acontecer”. Como eu sou do contra por
natureza, ignoro os primeiros sinais e procuro ouvir o “sexto sentido B”. Que,
sendo ele um despreocupado de primeira (para contrastar com o outro), anuncia a
alta voz “preconceito a caminho, preconceito a caminho, não sejas assim, que
mania da perseguição”. E eu lá decido que sim, estou a ser preconceituosa e com
o complicómetro em alerta máximo, que tenho de abafar o sexto sentido A (afinal
ele não tem muito tino), e…. espanto-me, momentos depois, com a discussão acesa que rebenta… e que me
envolve diretamente, sem que eu estivesse previa ou mentalmente preparada.
Depois de uma discussão
(pode ser a de cima), fica aquele clima meio estranho. E eu até quero manter o
contacto com quem discuti, sanar as diferenças, esclarecer as coisas. Tento uma
nova aproximação… e do outro lado não há a resposta imediata que eu desejava
(parece aqueles inícios de relações, em que um está sempre mais afim que o
outro, e sofre e desespera e faz todo um drama por nada!). O meu sexto sentido
A conclui logo que “uma não-resposta já é uma resposta! Chuif!”. E eu, que não
quero admitir que este lado possa ter razão, peço logo opinião ao sexto sentido
B, que me sussurra “calma, lá estás tu com os preconceitos do costume, se não
respondeu é porque ainda não pôde….”
Resultado desta
dualidade de sentidos? Fico eu à deriva, à beira de um drama de emoções, sem
perceber se o meu sexto sentido é bipolar ou se sou eu que sofro de excesso de sentimento
(e ideias, e imaginação e maluquice pegada).
Por isso acredito que
há sextos sentidos sim… mas que, no meu caso, não beneficia em nada. Mais do
que um é demasiado para a minha sanidade mental.
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