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A paixão pela bola

Como diria a Pólo Norte, o mundo divide-se entre os que gostam de futebol… e os outros.

Quando eu era garota, talvez porque morava muito perto do Estádio da Luz, porque era lá que eu fazia desporto e porque a minha infância foi passada aquando da época dourada do Benfica (anos 80), eu era uma feroz simpatizante deste clube. Gritava pelo clube, cantarolava todas as músicas (a favor) do Benfica, ia para o quintal abanar uma bandeira sempre que o clube ganhava um jogo, “picava-me” com os coleguinhas que eram do Sporting ou do Porto… enfim, levava a sério a condição de adepta.

Com o decorrer do tempo, esta ferocidade foi acalmando. Continuei sempre simpatizante dos encarnados, mas atualmente já não me faz a mínima diferença se eles ganham, perdem ou empatam, quem é o novo treinador ou quantos pontos lhes faltam para ultrapassar os clubes rivais.
No entanto, com o decorrer do tempo também, ganhei uma nova ferocidade – só que contra o fanatismo. Irrita-me cada vez mais os distúrbios causados pelas claques, as picardias entre presidentes (homens de idade mas garotos de mentalidade), as aberturas e fechos de telejornais à conta de incidentes causados pelo futebol (direta ou indiretamente)…



Mas o que me tira verdadeiramente do sério são os 30.000 programas de televisão sobre o desporto-rei (e já nem falo nos jornais desportivos, cujo verdadeiro tipo deveria ser “jornais futebolísticos"). Não consigo perceber como é que se consegue passar horas a falar / discutir sobre um lance ao minuto 17 da segunda parte; a quantidade de argumentos conseguidos para justificar a decisão de um árbitro; a celeuma à volta da escolha do jogador A ou B face aos resultados de há 7 jogos atrás. Não entendo mesmo!!

Assim de repente, numa rápida pesquisa pela net, há a “Grande Área”, o “Trio d’Ataque” e a “Zona Mista”, o “Domingo Desportivo”, o “Prolongamento”, o “Teledesporto”, o “Desporto 2” e o “4x4x3” – e isto só na RTP. Mais o “Play-off” e “O dia seguinte”, na SIC, e o “Desporto 24” e o “Mais futebol” da TVI. Fora os canais temáticos e próprios dos clubes desportivos. O que me faz pensar: fará isto sentido, senhores??? Há assim tanto para dizer sobre 90 minutos e uma esfera?

Era quase como se, a partir da próxima rentrée, as televisões passassem a dedicar variados programas aos episódios das novelas. Como sugestão, 2 horas ao fim da manhã, início da tarde e um especial em pleno telejornal, com “Episódio especial”, “Guião de 2 páginas”, “A música do genérico” ou “Protagonista ou figurante”. E haveria debates, convidados especiais, um a favor da Novela A, outro da novela B e um mediador, e com jeito um dos comentadores, volta e meia, poderia sair a meio do programa por possíveis calúnias contra o argumentista da sua eleição. Assim, só naquela…


Futebol pode gerar paixão sim, é um facto. Mas daí a haver uma quase necessidade de criar um monstro, tal a quantidade de vezes por dia que se alimentam polémicas à volta deste desporto…. ganhai bom senso, gentes!

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Dúvidas que se me assolam

Porque é que, em Portugal e no primeiro dia de Agosto, vamos a uma loja de roupa para comprar uma tshirt, ou um vestidinho para a praia, ou uns calçonitos, ou uma qualquer roupa mais fresca.... e só encontramos camisolas de lã e gabardines e botas de cano alto?

Estamos no PICO do VERÃO, senhores comerciantes! Quem é que, no seu perfeito juízo, está com disponibilidade física ou emocional para experimentar roupa quente, quando na rua estão 40ºC - e assim se prevê que fique a temperatura por ainda mais umas boas semanas???


Irra, que há coisas que não entendo mesmo!


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Estou "de férias"! Hurray!

Quem é mãe e pai a tempo inteiro, e passa o ano todo sempre com os filhos a cargo (mais gatos, que também são uma espécie de filhos dada a quantidade de ralhetes e cuidados que levam por dia!), sabe o doce que é quando chegam aqueles dias / semanas em que os pequenos vão de férias com o outro progenitor, ou com um familiar, ou amigos... e nos dão férias da parentalidade.


Não me interpretem mal: eu gosto, adoro os meus filhos, estar com eles (mesmo sem fazer nada por aí além), passear com eles, vê-los diariamente a crescer e a aprender. Mas há que reconhecer: além do stress constante com a vida que levamos, nos dias que correm um adulto para 2 crianças não é fácil.

Para quem não vive este tipo de realidades, imaginem o que é, diariamente:
- acordar às 6 e picos
- preparar-me para mais um dia, alimentar a gataria, dar um jeito aqui ou acolá ou apanhar a roupa ou estender a mesma, ou preparar lancheiras, ou trocar a roupa porque entretanto começou a chover e ontem a meteorologia tinha prometido um calor digno de calções e sandálias
- acordar os garotos uma, duas, cinco vezes, subir o tom de voz à medida que se vai servindo de alarme, fazê-los levantar estremunhados, lavarem-se, vestirem-se, fazerem a cama (vitória conseguida no último ano, que dantes esta era também minha "responsabilidade"), dirigirem-se à cozinha para se alimentarem, ouvindo uma invariável queixa porque "hoje queria nestum, afinal era estrelitas, e porque é não pode ser sumo com bolachas de chocolate?...."
- explicar diária e constantemente a necessidade de lavar os dentes. E de lavar a cara, e as mãos. E de pentear. E de porque é que, estando a chover lá fora, se calhar não será assim tão boa ideia calçar as sandálias ou chinelos de praia 
- ouvir as birras matinais, assistir às primeiras lutas entre irmãos "porque tu abriste a porta de casa, eu é que abro a da rua!! Chega-te pra lá! Empurraste-me! Tu comeste mais do que eu! Tu não cantas essa música! Não é assim que se dança! Ó mãe, ele está a chatear-me! Ó mããe, ela está a irritar-me! Ó mãããe, diz-lhe pra se calar! Ó mããããe, ela não sai da frente" - e ainda assim tentar abster-me destas discussões e argumentações, pois já se sabe que quem ficará a perder sou eu, que acabo por me irritar e eles, mal chegam à rua, já estão alegremente a conversar e a brincar, enquanto eu tento repor a saturação do sistema nervoso e o nível de volume de voz
- enfiá-los no carro, garantir que não ficou nada esquecido em casa, deixá-los na escola, beijinho de um bom dia, esperar que passem o portão, seguir para o trabalho, enfrentar a IC19, trabalhar durante pelo menos 8 ou 9 horas, aproveitar a hora de almoço para despachar assuntos pessoais, ao fim do dia regressar novamente à escola (enfrentando novamente a IC19), ouvir recados dos coleguinhas / monitores / professores, beijinho de olá, voltar para casa
- passar pelo supermercado ou qualquer outra loja (há sempre uma compra de última hora, seja o pão que acabou ou um estojo porque o fecho do outro foi à vida)
- chegar a casa, alimentar a gataria, preparar o jantar, pedir-lhes para irem para o banho, perguntar pelos TPC, dar-lhes algo para trincarem até o jantar estar pronto, mandá-los tomar banho, perguntar porque é que, enquanto um toma banho, o outro não se despacha a fazer os trabalhos, gritar-lhes para que se enfiem na banheira, explicar-lhes pela enésima vez que a roupa, deixada no chão, não tem a capacidade de, sozinha, se dirigir ao cesto da roupa suja, ir acudir o outro que está demasiado cansado para fazer os TPC, desligar a televisão (que, curiosamente se ligou "sozinha" e foi logo para o canal dos desenhos animados), voltar a lembrar ao que está de lápis na mão que, provavelmente lendo toda a pergunta conseguirá descobrir qual a resposta a dar, garantir que o banho é devidamente tomado e não fica meio quilo de champô agarrado ao cabelo, e depois que a criançada toma o papel inverso do irmão (o que acaba de tomar banho vai fazer os trabalhos, e vice-versa)
- dar-lhes o jantar (confesso que muitas vezes o meu jantar é depenicado, não sentado e descansado, não há tempo para esses luxos), limpar, arrumar, engomar, estender, tapar, secar, levantar, borrifar, despejar
- estar com eles entre jantar e deitar, para os ouvir, brincar com eles, usufruir da sua companhia em pleno, e poder também pausar um pouco
- depois de os deitar e aconchegar, mais uma ronda pelos afazeres, falar com família e amigos (por telefone, por mail, por face, por sms, qualquer coisa conta), verificar compromissos e roupa e consultas e reuniões para o dia seguinte
- e quando, pelas 23h horas mais coisa menos coisa, me sentar no sofá, é para fazer um zapping automático, parar na fox life, estagnar a visão na luz do ecrán da televisão.... e acordar cerca de meia hora mais tarde, com um dos gatos em cima de mim e um dos pés dormentes, de tal forma que o arrastar para a cama se torna de certa forma agoniante.



Isto durante todo o ano. Mais as reuniões na escola, as consultas médicas, o levá-los a festas e atividades, compromissos mil.

E à medida que o ano avança (para mim o ano novo é em setembro), e o cansaço se apodera, custa cada vez mais.

Por isso é que, chegando a Julho, saber que eles ficarão bem e irão passear um pouco e conhecer novos locais e pessoas, e ficarão entregues a outra pessoa.... me sabe a férias. Continuo a ter de respeitar o horário de trabalho (daqui, as férias só serão quando eles regressarem a casa, para podermos ter umas semanas a três, sem grandes horários a cumprir), mas ficar isenta de parte da rotina / stress diário.... é uma paz inigualável!


Aos meus petizes, muito boas férias. Divirtam-se muito - prometo que, durante esses dias, também eu irei descansar!

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Pró menino ou prá menina?

(A propósito deste post)

Assim que o comecei a ler, identifiquei-me imediatamente com a “revolta” da autora – não só face ao machismo latente na nossa sociedade, mas sobretudo porque, em pleno século XXI, ainda se critica tanto quem vai contra esta cultura tuga de velar pelos interesses "machistas" ou "feministas".

Os meus pais, nascidos no interior e vindos de famílias humildes, sempre foram bastante conservadores na atitude e educação que me deram. Nas palavras que os rapazes podiam dizer (mas as meninas não), nas profissões que os rapazes podiam ter (mas as meninas não), nos sítios e atividades que os rapazes podiam conhecer (mas as meninas não). E eu nunca percebi / aceitei esta maneira de pensar.


Lembro-me que, sendo miúda e passando as férias de verão na aldeia dos meus avós, era um ultraje eu querer ir sozinha (ou com uma prima) ao café (“tu vê lá o que as pessoas não vão dizer e depois é a tua avó que fica cá a ouvir todos os comentários”).
Lembro-me que, com a carta de condução tirada e continuando a passar as férias de verão na aldeia dos meus avós, era um desassossego eu chegar a casa noite dentro (“vai ser cá um falatório!”), ao contrário do meu primo que tinha carta branca para fazer o mesmo – até o sol raiar.
Lembro-me de ser aconselhada a seguir profissões mais “femininas”, de ser instruída para, no futuro, ser uma boa esposa e dona de casa e mãe e profissional (a parte profissional seria porventura dispensada se encontrasse um esposo que me sustentasse – cruzes credo!), de ambicionar um marido que, acima de bom pai e bom companheiro, cumprisse mensalmente o seu papel de “homem da casa” – com a função quase exclusiva de sustentar a mesma e permitir-se ajudar com um banho ao miúdo uma vez por outra, ou uma aspiradela à sala assim só para mostrar como cumpria o seu papel na perfeição e bem além do expectável.
Lembro-me de sempre me fazer confusão a expressão “dona de casa” e “ele até ajuda na lida ou na educação dos filhos”. De ao homem ser aceite e permitida (quase elogiada, até!) a traição, mas ai da mulher/esposa que ousasse sequer uma saia mais curta, quanto mais…

Naturalmente que tudo isto contribuiu para a minha forma de ser e agir. E para a minha inflamação face à “separação de papéis”, e para este machismo velado e para os movimentos pró e anti-feministas.

Quando engravidei, fiz questão de não decorar o quarto em tons de azul ou rosa, mesmo já sabendo o sexo da criança (ah, mas fica tão mais bonito!!)
Quando o meu casamento acabou, fui eu que saí de casa (uuhhh… abandono do lar e tal)
Quando o meu filho, aos 4 anos, pediu, ofereci-lhe uma “cozinha” e utensílios, para ele dar asas à sua imaginação e gosto pela gastronomia (então mas isso não é brinquedo de menina??)
Quando é necessário, monto sozinha estantes do ikea ou despacho alguma bricolage mais adequada à minha natural falta de jeito (e consegues??)
Quando é necessário, levo o carro à oficina ou à inspeção (e desenrascas-te??)
Quando o miúdo, hoje com 10 anos, chora, deixo-o desabafar tudo o que lhe vai na alma (não resisto a revirar os olhos, aliás, quando oiço que "um homem não chora!")
Quando é para arrumar a casa, ambos os miúdos lá de casa (menino e menina) têm de participar, sem diferenciação na tarefa a executar ou qualquer outra discriminação (sim, ambos apanham a roupa do estendal, fazem a cama, “arrumam” o que desarrumam, despejam o lixo….)
Quando quero, saio sozinha à noite para ir dançar ou beber um copo (e não, não ando no ataque nem sou uma desesperada ou qualquer outra expressão mais depreciativa!)
Quando quero e gosto, dou também o primeiro passo, pago um jantar, faço um convite (mas essas iniciativas não cabem sempre primeiro ao homem??)

Irrita-me solenemente esta ainda necessidade de separar as coisas “adequadas” para o homem ou para a mulher, os preconceitos face a um homem cabeleireiro ou uma mulher motorista, ou quem tem de se justificar perante os amigos por o seu filho andar no ballet ou a sua filha, já com 20 e poucos anos, gostar de acompanhar as refeições com um copo de vinho.

Para mim, responsável pela educação de 2 cidadãos, ai de quem lhes tente incutir que ser do sexo feminino ou masculino obriga automaticamente a um condicionamento das suas escolhas, gostos, preferências ou atitudes (quanto muito, que as mesmas sejam condicionadas pela força física ou destreza manual!!!). Ou a uma responsabilização ou desresponsabilização perante a família, amigos e sociedade, de acordo com o seu género. Homem ou Mulher têm as mesmas capacidades, certo??

E acabem lá com essa piada de colocar nas etiquetas “para a mãe lavar à mão”, ou “para o marido mudar a pilha”. É uma ofensa para todos os outros os que, em exemplos como estes, lavam a roupa ou mudam pilhas – embora não tenham ainda experimentado as maravilhas da maternidade ou de serem casados!

(e o que eu "gosto" daqueles/as dualistas que enchem a boca para lamentarem o “coitado do pai que se não paga pensão é porque não pode”, mas depois criticam porque “a mãe não sabe comprar um par de sapatos de jeito ao miúdo nem é capaz de o inscrever no Inglês”????… mas isto é tema para outras conversas!!)

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Sou de poucas falas

Gosto muito mais de observar, de ouvir, de escrever até. Obviamente que, volta e meia, solto a gralha que há dentro de mim, mas ainda assim as palavras soam-me e saem-me melhor quando escritas, em vez de ditas. Talvez uma certa insegurança em dizer sem poder apagar ou retocar de imediato, se necessário.

Por exemplo, numa relação sou muito mais de mostrar ou tocar do que dizer. Não sou de fazer juras e declarações de amor ao fim de poucos dias, ou mesmo semanas. Há quem me considere um pouco fria: talvez. Mas dizer só para ser ou parecer bonito, não me apraz. E também não gosto de ouvir juras ou declarações de amor ao fim de poucos dias ou semanas. Assusta-me, deixa-me de pé atrás, cheira-me a exagero, a esturro. Mais uma vez, posso ser fria com esta atitude. Talvez. Mas tanto facilitismo nas palavras / no sentimento faz-me ponderar na verdade do mesmo.

Acho um desperdício o dinheiro gasto em flores. Seja num funeral (detesto o culto dos funerais!), seja numa relação. Aliás, diz-me a experiência que as flores, num relacionamento, servem como um pedido de desculpas barato, ou uma tentativa preguiçosa de apelar à conciliação… E são algo que murcha, ao fim de poucos dias – exatamente o oposto do que deve acontecer para quem quer ter e assegurar uma relação. Talvez seja um exagero. Mas até prova em contrário, é a minha postura face aos arranjos florais.

Sou de poucos gastos. Por ter de estudar ao pormenor o que posso ou não gastar e ter sido criada em clima de poupança extrema (porque não havia outra hipótese), considero um exagero o que se gasta em gadgets, telemóveis, acessórios… podendo ter praticamente o mesmo a preços muito mais acessíveis. Acho obsceno tanta gente ter de se valer do que gasta a comprar algo; considero ridículo quem invista num iphone e, logo de seguida, se queixe do ordenado que não chega aos 900 euros mensais; vejo quase que como uma afronta o preço que se atribui a determinado automóvel ou par de sapatos. Talvez seja um pouco forreta. Mas apesar desta minha característica à conta da magra carteira, sou completamente contra aquelas correntes de “abaixo o ordenado do político A ou apresentador B, eles deviam era ter o ordenado mínimo para verem como as coisas são”. Se eles recebem 5000 ou 6000 por mês, ótimo: que se consiga subir a média do vencimento de todos para essa fasquia, e não o contrário.

Sou a favor de filhos de asas abertas. Que queiram e gostem de andar e brincar na rua, passear, conhecer, ver, explorar. Que não tenham medo de dormir fora de casa, que experimentem sabores novos, que pesquisem e procurem saber mais de outras culturas. Comigo ou sem mim, com os amigos, com os escoteiros, com a escola. Que respeitem, se dêem ao respeito e se façam respeitar. Tento educar tendo por base sempre o bom senso (e a educação que os meus pais me deram), fugindo às novas teorias e ultramedos da sociedade atual. Talvez seja um pouco despreocupada… mas até agora o resultado tem sido francamente positivo.

Sou pelo copo meio cheio. Cansei de derrotistas, “vítimas” da sociedade, queixosos e queixinhas. Aprendi a ver o lado bom de tudo, a ter um espírito positivo, a saber aproveitar o pouco ou muito que se possa ter e conquistar. Já não ligo nem tenho paciência para quem se queixa… e nada faz para mudar. Ou quem reclama de barriga cheia. Ou quem rabuja, mas continua com a atitude de conformado. Talvez seja um pouco intolerante face aos ais e lamentos, mas a vida tem-me revelado que, por norma, quem mais se chora é quem menos faz por não ter lágrimas para mostrar.

Sou muito assim: prática e descomplicada, mas com uma vontade imensa de aproveitar cada dia que passa (seja a preguiçar no sofá ou a dançar até de manhã). Talvez pouco romântica, mas com os pés bem assentes no chão. De poucas falas, é certo. Mas com muito para dizer.

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Dúvidas que se me assolam

Cenário:

- pessoa vai ao Multibanco e tira um saldo da conta
- pessoa levanta 20 euros
- pessoa tira novo saldo da conta, e fica uns bons 5 minutos a olhar para o talão, sem disponibilizar a caixa de ATM a quem se encontra à espera de vez

Porquê? Para confirmar que o multibanco sabe fazer contas? Ou se "os ladrões dos bancos" não lhe estarão a tirar mais do que deviam, mesmo debaixo das suas barbas?? OU é apenas uma forma de aprender matemática in loco?

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Coitados dos pais das crianças de hoje

Nos dias de hoje, ser-se pai (ou mãe) não é nada fácil. Por todo o lado pululam sugestões, críticas, opiniões, pareceres e sei lá mais o quê… a fundamentarem que TUDO o que uma criança faça (ou goste ou tenha ou diga) é digno de crítica, avaliação e reflexão. E como deveria ser diferente.

Basta abrir uma revista, entrar num site, passear por uma qualquer rede social ou assistir a programa de televisão dedicado à família, e é uma enchente de dicas e sugestões sobre

- a alimentação
                - há as correntes de apoio exclusivo aos laticínios e os estudos que “comprovam” que proteína láctea em excesso poderá provocar gaguez quando a criança é apanhada a fazer alguma asneira típica da idade
                - há os fanáticos do movimento infanto-vegan e os entusiastas da erradicação da sopa
                - há as 7 dicas para que o seu filho recuse o açúcar, versus as 15 etapas para que o seu filho faça birra… se não tiver brócolos no prato

- a educação
                - é o movimento pela aprendizagem do mandarim contra a manifestação marcada pelo regresso do Francês
                - é o apoio ao incremento de mais 14 horas semanais para AECs versus o fim do ensino secundário
                - é a iniciativa “Aprender Álgebra quântica antes dos 9 anos” contra o projeto “Yoga analítica para uma postura passivo-criativa”

- as amizades
                - são os 10 motivos para incentivar o seu rapaz a assinar o programa Erasmus na Lituânica, a par de “Como surpreender a privacidade do seu filho? 8 dicas infalíveis”
                - são as teorias em como se tornar a melhor amiga dos melhores amigos dos seus filhos, juntamente com “conhece bem as conversas secretas da sua criança?”


- etc etc

E depois, há todos os extrremismos e fanatismos típicos de quem está tão assoberbado com esta informação e pseudo-psicologias e terapias infantis.... que acaba por não conseguir discernir o bom senso.... da quase loucura.

Por exemplo, ontem, em Portalegre, a PSP local fez uma série de atividades para festejar o dia da Criança. Em que uma delas era simular um motim, onde parte dos gaiatos fizeram de polícia de choque, e outros quantos fizeram de manifestantes.



Claro que houve logo muitos "comentários chocados" com esta iniciativa, e partilhas indignadas (eu acho um piadão as pessoas ficarem "chocadas" e, consequentemente, terem "necessidade" de partilhar essa mesma notícia como forma de "protesto"), e revoltas, e prenúncios que as crianças que vivenciaram esta experiência serão traumatizados para o resto da vida, e sabe-se lá mais o quê. 

É, minhas gentes, a ideia pode ter sido um pouco disparatada. Mas para quem cresceu a cantar o "atirei o pau ao gato, e o gato não morreu", a ver o Tom Sawyer a correr descalço à beira do Mississipi, e a brincar com fisgas e aos polícias e ladrões..... onde é que está a razoabilidade de ver que isto foi apenas uma atividade / brincadeira - não um incentivo ou outra parvoíce do género?

A infância é um período de experimentação, de brincar com a realidade. Numa época em que há cada vez mais manifestações (sobretudo tão mediáticas como a que envolveu um adepto do Benfica em Guimarães, há umas semanas), é importante relativizar as situações aparentemente mais melindrosas e mostrar a uma criança os 2 lados da questão.

Não stressem, pais, se os vossos filhos brincam por exemplo aos polícias e ladrões. Antes este tipo de atividades do que deixá-los tardes sem fim na nintendo ou no PC, a jogarem e a "mutilarem" monstros, pessoas, e as mais diversas entidades. Pelo menos estas crianças de Portalegre divertiram-se e ficaram com uma recordação... de como é bom ser pequeno!

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