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Tenho um problema com números

Tal como acontece aos meus pais, e respeitando a genética por eles transmitida, eu tenho um "problema" com números - decoro-os e brinco com os mesmos de uma forma um pouco assustadora, sobretudo tendo em conta que sou (e gosto mais) de Letras.


Sei de cor todos os meus nºs de BI, NIF, Segurança Social, Carta de condução.... por isso, sempre que preciso de preencher algum formulário é uma beleza ver-me a ditar os ditos sem recurso a qualquer cartão de plástico ou formulário anterior.

Lembro-me de tudo o que é PIN que já tenha estado em meu poder durante mais de 2 dias: PINs actuais e antigos de telemóveis, cartões bancários, palavras-passe...

Números de telefone é comigo. Aliás, na empresa onde trabalho sou como que uma agenda humana: "Alguém sabe qual é o nº de telefone da empresa XPTO?" e ainda uma de nós está a abrir o email / google à procura de tal informação já está a Carla a esclarecer: "21........"

Aqueles problemas da 4ª classe: "se um comboio partir do Porto às 10h e andar a 50km/h e outro partir de Lisboa às 11h a 120km/h....."? Adoro! São um dos meus passatempos favoritos!

Até de há uns tempos a esta parte, no caminho casa-escola, os meus piolhos e eu vamos alegremente, durante cerca de 5 / 10 mins, a soletrar uma lenga-lenga do género:
eles: 2 + 2?
eu: 4
eles: 4 + 4?
eu: 8
eles: 8 + 8?
eu: 16
....
De tal forma que mesmo o puto, com 6 anos ainda, já conseguia fazer as contas / dar as respostas até mais ao menos o 500 (passei-lhes rapidamente o vício, portanto).


Chego assim à conclusão que sou um pouco estranha. Ou então que os meus neurónios precisam de outro tipo de ocupação que não a numérica. Vou investigar.

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Ordem na caserna

Para todas as mães e pais que têm a seu cargo a educação de bebés / crianças / jovens, sabem e percebem perfeitamente o quão frustante é pedirmos algo às nossas crias e estas não nos ligarem "puto". O quão desapontante é darmos um deadline para algo e eles não nos ligarem nenhuma. O quão revoltante é mandarmos arrumar o quarto, p.ex, e eles fingirem que não nos ouviram. O quão irritante é pedirmos-lhes para acabarem o almoço e a resposta deles ser "não tenho fome - há salame para a sobremesa?". O quão exasperante é darmos-lhes uma ordem, e eles responderem "tu não mandas!".


Por isso, resolvi preparar uma breve listagem de soluções possíves para vários "confrontos" que os meias-lecas julgam que nos podem fazer. Para cada afronta, uma reacção diferente. Para cada teste à nossa paciência, um comprovativo em como nós também conseguimos ter atitudes inesperadas. Para cada birra deles, um bater de pé da nossa parte!.


 
Assim:
- quando começam as mentirinhas próprias do pré-escolar: uma pitada de pimenta ou piripiri ou uma meia malagueta na ponta da língua do inventor para lhe "temperar" a veia artística (conforme a imaginação)
- quando o rapazito insiste em fazer xi-xi sem utilizar as mãos, molhando consequentemente e repetitivamente as calças e chão da casa de banho: passa a fazer as necessidades na rua. A casa de banho fica interdita a tudo o que seja macho
- quando a criancinha se arma em especialista gourmet e repreende constantemente a mãe porque "não gosta de peixe, a carne é rija, as ervilhas sabem a esquisito, as laranjas são laranjas": durante uma semana só vê em cima da mesa favas e outras leguminosas, como lentilhas e feijoca. Ou toda uma variedade de peixe (sempre cozido)
- quando a menina insiste em se armar em princesa e nunca arruma os seus brinquedos: enfiá-los todos num daqueles sacos de lixo e colocá-los à porta de casa (oficialmente foram para o aterro, mas na prática requer algum cuidado para que o tal saco não desapareça mesmo)
- quando o petiz resolve fazer uma birra fenomenal no supermercado, porque quer um brinquedo ou uma tonelada de bolicaos: gritar ainda mais do que ele ali mesmo junto às caixas, e bater o pé, e gritar "não gosto de ti!!!". Não há vergonha ou choque maior para ele que lhe faça lembrar o porquê da birra inicial
- quando os meninos entram em guerra total porque um quer o Canal Panda e o outro quer a Disney: sintonizar o canal Parlamento ou RTP Memória durante 5 dias, escondendo os comandos e acessos a nintendos, dvds, computadores e afins e obrigá-los a assistir a tal programação, durante pelo menos 1h seguida durante os dias de castigo
- quando a princesita só quer vestidos com flores ou saias com roda ou as mesmas leggins durante 10 dias, mesmo que estejam cheias de nódoas e a cheirarem mal: esconder-lhe toda a roupa, deixando apenas disponível os pijamas e a roupa do irmão mais velho. E depois dizer-lhe: "agora escolhe o que queres levar para a escola".


Estes são apenas alguns exemplos de disciplina / educação diferente da que vem nos livros mas muito interessantes e sugestivos. Alguns dos quais já utilizei, é um facto, outros foram já testados por colegas e amigas, sempre com resultados acima do expectável. Claro que também todos nós temos a perfeita consciência que os nossos filhos, lá bem no fundo, acabam por nos considerar muito "estranhos" e com um nível de insanidade verdadeiramente respeitável.... mas antes termos um estado de maluqueira por iniciativa própria do que por consequência dos seus actos e respostas maquiavélicos!!

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Carta aberta à Santa Casa

Exmo/a Sr/a Administrador/a, Procurador/a, Responsável da Santa Casa da Misericórdia


Venho por este meio apresentar a minha reclamação fundamentada relativamente ao Euromilhões.

É inadmissível que eu, durante mais de 2 anos (104 semanas, portanto) tenha jogado a mesma chave e a dita nunca foi sorteada! Como é possível? Então Vocês não vêem as chaves jogadas e não fazem estatísticas sobre as mesmas? Não chegam, consequentemente, à conclusão que, se a mesma chave é jogada semana após semana é porque alguém espera ansiosamente que a mesma tenha os seus 15 minutos de fama na televisão?

Exmos. Srs., para o caso dos Srs terem andado distraídos (o que é uma vergonha, dado que qualquer pessoa, no seu posto de trabalho, deve estar atento às requisições dos clientes - e eu sou vossa cliente, pois todas as semanas compro-vos 4 euros de esperança), vou-vos lembrar novamente a minha chave:

5 - 12 - 14 - 40 - 47 (e estrelas 6 e 8)

Porque, eu prometo que, se esta noite me sair 15 milhões dividi-los-ei mais ou menos da seguinte forma:
- 2 milhões para uma conta poupança de cada filho
- 2 milhões para os pais
- 2 milhões a partilhar com tios, amigos mais próximos e instituições de solidariedade
- 6 milhões em acções e poupanças, cujos rendimentos anuais deverão ser convertidos no meu ordenado de ora em diante
- o restante milhão para meu usufruto imediato (que também tenho direito à vida)

Não tenham vergonha e ponham as bolas respectivas a dar o ar da sua graça logo à noite! Ou melhor, tenham vergonha e ponham finalmente as bolas respectivas a dar o ar da sua graça logo à noite! Não se acanhem!



Atentamente,

Jovem mãe de 2, separada e com um emprego razoável mas nada por aí além que não permite que os trocos cheguem ao dia 25 de cada mês, quanto mais sobrar 1 cêntimo que seja para o mês seguinte.

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Canção do Engate

Desde sempre que os homens (e mulheres, diga-se em abono de verdade) tentaram, num ápice, chamar a atenção e, quiçá, conquistar as suas (vítimas?) conquistas, com um objetivo teoricamente reprodutor. Tal como um gato revela a sua pretenção em garantir descendência com urina e miados expressivos, ou tal como um pássaro tenta conquisar a sua pretendida através de cantos e danças aéreas, também o homem utiliza frases e expressões corporais - que atraem ou afastam as suas potenciais conquistas.

Uma das coisas que sempre me espantou foi as frases utilizadas por muitos homens e com um objetivo (?!) de atrair as suas "presas". Utilizando diversos tipos de expressões, há muito bom homem que acredita que, nós mulheres, ao ouvirmos tal gracejo, fiquemos "ofuscadas" com tal criatividade e, consequentemente, rendidas a tal talento. Por exemplo:

Expressões comparativas: "ó Jóia", "Borracho", "Flor", "Tesouro", "és boa com'ó milho" - funcionam nos filmes do Stalone e pouco mais
Expressões descritivas: "Fofinha", "Gostosa", "Boazuda", "Princesa" - conseguem surtir o efeito exatamente oposto ao pretendido
Expressões de ação: "eu fazia-te.... e acontecia-te...", "não te esqueças do meu nome; mais logo vais gritá-lo" geralmente levam com uma previsão do género "espera sentado, que de pé és capaz de te cansares!"
Frases de engate: "és como um helicóptero - gira e boa", "está calor ou é de estares a meu lado?", "Não és Avé-Maria, mas és cheia de graça", "Doeu muito quando caiste do céu?" até têm a sua piada - mas serem constantemente repetidas perdem todo o efeito surpresa.

Claro que também há muitos homens que se "contentam" com uma valente assobiadela, um encosto mais discreto ou um olhar mais meloso. Mas é um facto: na hora do engate, o lado mais primitivo do macho vem sempre ao de cima. E, se assim é e o objectivo é unica e exclusivamente uma boa cambalhota, porque não apelam ao velho Variações?



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A propósito de temperos

(Que eu saiba) não sou ou tenho origens indianas, ou moçambicanas, ou mexicanas. Mas é um facto: sou muito dada a comidas picantes.
Aliás, posso mesmo dizer que este paladar é de família, herdei-o da parte da minha mãe, que também é fã e grande consumidora de chilis, malaguetas e afins – e sinto sinceramente que estou também, devagar e aos pouquinhos, a passar tal legado às minhas crias.
Para mim, tempero que se digne deve ter sempre uma malagueta (mínimo). Estufado ou refogado que se preze tem a obrigação de ser composto por chilli e/ou pimenta. Um assado só o será na sua verdadeira essência quando polvilhado (para não dizer regado) de piripiri ou tabasco.
Até o creme de legumes já não é a mesma coisa se não tiver, no seu composto, pelo menos uma rodela de pimento verde – ou vermelho, com sementes incluídas!

Claro está que, por vezes, exagero. O que, mais uma vez, comprova que tal característica é oriunda dos genes: nunca me hei-de esquecer (nem eu nem o meu pai, mãe, meu ex-marido, e ainda uns tios e primos de Castelo Branco) de um almoço de Natal em que a minha mãe, um “pouco” stressada com o dolce fare niente de todos (menos dela, que parecia uma escrava enfiada há horas na cozinha), carregou “ligeiramente” no piripiri, a temperar o cabrito: resultado, a hora de almoço foi passada por todos com lágrimas nos olhos (tal o poder da especiaria) – a maioria aflita com o tempero, a minha mãe realizada com a vingança e eu verdadeiramente satisfeita com a “guloseima”.

Contra as sugestões de médicos, nutricionistas, outras mães e o bom senso geral, os meus filhotes foram apresentados ao picante ainda com tenra idade (nem sei mesmo se já teriam completado o 1º ano de idade!). Claro que muitas vezes reclamam (mãe, o molho / carne / peixe / arroz pica!!), mas nada que ao fim de umas horas não lhes tenha passado. Agora, um dos meus próximos objectivos é apresentá-los formalmente à gastronomia indiana e moçambicana. Quero dar-lhes a provar um caril, uma chamuça, uma moqueca (o chilli com carne já conhecem e aprovam, por isso não há que ter medos). Faço questão que eles se tornem experts na arte de apreciar um molho tabasco, uma pimenta, a diferenciar o paladar dos diferentes tipos de pimentos. Que percebam a diferença entre malagueta e piripiri. Que se transformem nuns verdadeiros conhecedores destas especiarias, para que, quando forem almoçar ou jantar a um Indiano / Mexicano não se intimidem com as receitas “conforme o original”.

E que, sempre que eu exagerar no tempero, eles fiquem de lágrimas nos olhos sim, mas verdadeiramente satisfeitos com a “guloseima” por mim preparada.
Por falar em guloseima: e que tal um Bolo de Chocolate com Piripiri para a sobremesa de logo?
http://sabores.sapo.pt/receita/bolo-de-chocolate-com-piripiri

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