Com tecnologia do Blogger.
RSS

Lembras-te do Prof Júlio, de filosofia?

Entre o meu 10º e 12º ano, a filosofia, fui presenteada com o Prof. Júlio Vieira da Silva.

Homem filósofo só por si, que abolia os manuais escolares e nos fazia estudar de acordo com os seus apontamentos (que serviam de base aos seus livros). Professor terrífico, que nos fazia tremer quando, ainda nos corredores, nos cumprimentava (já sabíamos que seríamos automaticamente contemplados com um autêntico interrogatório na aula seguinte), ou quando, em plena aula de filosofia, perguntava "quem é que quer vir cá à frente"? (porque já sabíamos que seríamos automaticamente contemplados com um autêntico interrogatório).

Esta personagem por ele criada era de tal forma "medonha" que chegávamos ao cúmulo de ter os testes em períodos de 2 horas (equivalente a 2 aulas), interrompidas a meio com o intervalo grande (25 minutos), o homem sair para ter o seu devido descanso e nenhum de nós, na turma, se atrever a levantar a cabeça por um minuto que fosse - não fosse o espírito dele ter ficado retido na sala de aula e, consequentemente, sermos contemplados com um autêntico interrogatório, além da nota negativa pelo teste anulado.

A frase mais célebre dele? A famosa interrogação "Não quer apanhar o metro para a Cidade Universitária, pois não?" - isto sempre que a nossa resposta, em pleno interrogatório, não o satisfizesse minimamente. O que, diga-se de passagem, acontecia oito em cada dez vezes.

Durante 3 anos, tinha um "medo" dele que me pelava. Mas o facto é que foi ele que me ensinou a estudar e a pensar, efetivamente. Sem recorrer a métodos mais de marrar ou decorar a matéria (como até então) - e foi graças ao que aprendi com ele que, mesmo sem ter estudado grande coisa para os testes de aferição na Universidade, consegui a modesta nota de 94% no exame de filosofia!!!



Ontem, quando estive com uma turma do secundário a pretexto de uns questionários relativos a psicologia comportamental, e face à extrema atenção e concentração deles, a primeira imagem que tive foi a do Prof. Júlio, nas suas famosas aulas. 22 garotos mais atinados que o normal, a preencherem um teste mais extenso do que a sua idade permite, mas sem se queixarem ou levantarem a cabeça.

Fiquei orgulhosa deles (mal eles sabem o bem que as suas respostas darão) - tal como se calhar o Prof Júlio se orgulhou de muitos dos seus alunos, que mal ou bem, tendo ou não apanhado o metro para a Cidade Universitária, conseguiram desenvolver uma mente muito mais lúcida e racional do que antes de o conhecerem.

É tão bom dar um motivo e uma oportunidade para pôr os outros a pensar!

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

Nódoas

Nódoas - esse substantivo que nos passa a acompanhar (e à nossa roupa, sobretudo) a partir do momento em que nos tornamos mães.

Nódoas - essas manchas que passam a habitar as nossas roupas, mesmo que acabadas de comprar / estrear, e que só se notam quando chegamos ao trabalho e vemos alguém a olhar fixa e apreensivamente para a nossa camisola - ou calças - ou vestido - ou sapatos (sim, também já lá encontrei as famosas manchas de gordura / comida).

Nódoas - esse momento em que, para nos despacharmos e para os despacharmos (porque já devíamos estar a deixá-los na escola e eles ainda nem o pequeno-almoço engoliram), damos-lhes uma colher mais cheia e, tcharan, o excesso de leite cai na roupa deles e, por simpatia, na nossa.

Da roupa que tenho, duvido que existam mais de 3 peças que não tenham uma nódoa. Irretirável.
Talvez volte a usar roupa "higienicamente normal" quando eles completarem os 25 anos de idade, ou passar um ano sobre a última noite que dormiram cá em casa. Até lá, não há detergente para a roupa que resista.

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

Eu, o carro, as chaves e o lixo

Desde que tenho o atual carro que tenho tido muitas (como eu dizer?....) "situações" com a segurança do mesmo. O que me leva a pensar até que ponto o destino não me quer dar a entender que, se fosse com outro carro, se calhar a coisa até poderia correr melhor!

Então:

  1. tinha eu o carro há uns 3 anos, quando o primeiro sinal apareceu. Vinha eu do trabalho, era Inverno e já passava das 19h, e eu tinha de ir buscar rapidamente os miúdos ao infantário, antes que o mesmo fechasse. Por qualquer motivo (não me lembro) fui a casa e, ao sair, levei o lixo. Ora, quando o fui despejar (para depois me dirigir ao infantário) quem é que acompanhou o saco de detritos? A chave do carro, pois claro! A minha sorte foi que o camião do lixo tinha passado poucas horas antes, portanto o contentor estava ainda quase vazio. E, como tal, em plena noite de Inverno e com aquela chuvinha "molha-parvos", lá me coloquei eu dentro do contentor à procura das chaves. Acabei por as encontrar e ir, a correr, para o infantário, malcheirosa e stressada com o decorrer de tempo.
  2. o puto sempre foi aquela criança mexida, quase hiperativa, que nunca pára sossegada. Com os seus 2 / 3 anos, tinha um especial prazer em tirar o cinto de segurança e soltar-se pelo carro fora, mesmo que com isso raiasse o perigo iminente (claro que, nessas alturas, só me apetecia sei lá o quê e dava-lhe sermões de meia-noite!). Ora, umas semanas depois do sucedido no parágrafo anterior, ainda Inverno, fui buscar os miúdos ao infantário já depois das 19h (outra vez). Coloco o puto no seu lugar. Tento colocar a miúda no seu lugar, mas a chave pendurada no pescoço atrapalha-me os movimentos. Tiro a chave do pescoço e atiro-a para o "meu" lugar. Oiço algo a que não dou importância. Prendo a miúda à cadeira, fecho a porta e.... "trac" o carro tranca-se todinho. Com os putos e a chave lá dentro. Desata a chover. E, de repente, dou comigo a gritar "puto, tira o cinto!" - e ele nada! "puto, tira o cinto e vai apanhar a chave" - e ele "não, mamã, tu ficas zangada!". "puto, carrega no botão da chave!" - e ele, mais sossegado que menino de coro em dia de missa do galo! Por fim, depois de muito insistir, o garoto lá saiu do seu lugar, apanhou a chave, carregou em todos os botões e, finalmente, a porta abriu! Escusado será dizer que levou com milhares de beijos por aquela cabecita fora!
  3. há uns 2 anos atrás, em preparativos para as "férias grandes", recebi em casa a nova carta verde. Com o stress da viagem que me aguardava, toca a pôr papel importante num lado, lixo no outro, e na hora de seguir viagem e ao fechar a casa, é hora de despejar as sobras - incluindo o seguro e livrete. Foi preciso o saco de lixo chegar ao fundo do contentor (atenção que aqui a ação já se passa na Amadora, onde os contentores são enterrados no chão) para me lembrar que, se calhar, os documentos do carro também lá estavam incluídos. Ainda perguntei ao puto se ele não gostaria de ir lá baixo apanhar o saco, mas o puto, não sendo nada parvo, recusou-se veemente. O que me valeu foi a vizinha de cima que foi buscar o escadote a casa, chamou a filha e, as duas, lá foram apanhar a documentação perdida.
  4. por último - à data de hoje: normalmente no início de cada mês faço as compras "grandes", repondo depois no resto dos dias os frescos e alguma falta que haja para a despensa. Ora no início deste mês lá fui eu (com os putos) ao Continente, para as compras de Janeiro. Regressamos a casa, sacos do carro para o prédio para o elevador para casa. Ao fim dessa tarde, toca a preparar tudo para os garotos irem à natação. E quando nos dirigimos para o veículo e depois de despejar o lixo do dia, "onde estão as chaves do carro??" Claro que, por muito que tenha procurado, elas nunca apareceram! 1ª aflição? Ai que me levam o carro - toca a guardá-lo na garagem, mediante o devido pagamento. 2ª aflição? Credo que o valor /por dia é mais caro que sei lá o quê! Por isso, toca a comprar uma tranca para o volante e ir à Skoda encomendar novos canhões e fechaduras para o carro. Nunca cheguei a perceber se perdi de facto as chaves - ou se as deitei fora, juntamente com o lixo desse dia. Mas hoje, quando fui levantar o meu "boguinhas" (com os seus novos canhões e chaves) percebi que: ou eu tenho um problema com as suas chaves - ou com o lixo - ou com ambos.

Desde já agradeço toda a ajuda e psicanálise possível. E que, nos tempos mais próximos, não volte a juntar ao lixo pertences que, de uma forma ou outra, estejam relacionados com o automóvel. Irra - é que a história do meu "4 rodas" merece muito mais do que estar sempre envolto em contentores e material passível de reciclagem!

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS