Com tecnologia do Blogger.
RSS

Como é que as nossas mães faziam?

Não faço ideia o que diziam / ensinavam às nossas mães, quando elas tinham mais ou menos a nossa idade e nós mais ou menos a idade dos nossos filhos.
A minha, por exemplo, sempre foi muito preocupada "com o que os outros pudessem pensar". Aliás, era quase uma obsessão. E se eu, porventura, tivesse a ousadia de imaginar em fazer uma qualquer asneira, bastava ela olhar para mim com Aquele olhar característico e eu tremia toda.

Já tentei fazer o mesmo com os meus miúdos. Sempre que vem asneira a caminho, eu olho para eles - fixamente, de olhos arregalados, de olhos semicerrados, de olhos esgazeados - e o efeito é exatamente o mesmo: nenhum! Aliás, já tentei inclusive incutir algumas ameaças que, no meu tempo, teriam o efeito desejado de forma perturbadoramente constante - como por exemplo "se um dia ficas sem mim quero ver se depois não te lembras das minhas palavras!". Mas enquanto eu, se ouvisse estas palavras, ficaria estarrecida de medo, os meus miúdos riem-se. E, com jeito, ainda me respondem "como é que vês se nos lembramos de ti se não estás cá para ver?"

Será culpa dos desenhos animados que nós víamos vs os desenhos animados que hoje passam na TV? Porque, se formos a pensar bem, os deles é só heróis em grupo (e da sua faixa etária), enquanto que os que nós tínhamos direito rondavam todos o mesmo tema: o desaparecimento da mãe e de como, de ora em diante, o protagonista passava a sofrer entristecido com a perda. Quem não chorou com o Marco, com a Heidi, com a Ana dos Cabelos Ruivos, com a Lassie,....?

Sim, nós tivemos uma infância muito mais amedrontada. Às vezes dava-me jeito passar um pouco deste medo para os meus garotos. Alguém sabe como o fazer? 

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

O melhor de segunda?

É que já só faltam 4 dias para o fim-de-semana!!

(always look at the brigh side of life, tra la, la ra la ra la ra....)

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

O típico pai com 60 e picos

Este típico pai:
- tem o complexo que irá sempre acontecer um acidente de automóvel, daqueles que corta o trânsito durante pelo menos 1 a 5 horas. Por isso faz questão de, para qualquer viagem que tenha de fazer (nem que seja à bomba de combustível 3 ruas abaixo), sai sempre com uma hora de antecedência - "não vá o diabo tecê-las"
- refere-se a contabilistas como "guarda-livros". E não muda de opinião / designação por nada deste mundo.
- refere-se ao 1º ciclo de escolaridade como primária e "2ª classe". E não muda de opinião / designação por nada deste mundo.
- não fala de publicidade - fala de propaganda.
- ainda se espanta como é que o mundo, nos dias de hoje, está formatado para que todos saibam o que é um multibanco. "E eu que conheço tantos que nem sabem como é que isso funciona!"
- desconfia ferozmente do home banking. Para não dizer que se recusa a acreditar que se podem fazer transferências de dinheiro sem ser em pleno balcão do banco
- considera que banco se resume à CGD ou ao Montepio. Tudo o resto é empresa com manias de banco que não tarda nada irá falir e ficar com todo o dinheiro dos incautos que lá depositaram as suas parcas poupanças
- refere-se à segurança social como "a caixa". E não muda de opinião / designação por nada deste mundo.
- crê piamente que, se uma pessoa chegar 1 segundo atrasada ao seu local de trabalho, o patrão irá automaticamente despedi-la com justa causa, com efeito imediato e sem direito a qualquer indemnização.
- e só não se refere à PT como "TLP" porque entretanto teve de mudar de operador (para a MEO ou para a ZON) - mas no fundo no fundo é tudo o mesmo.

Eu tenho um pai destes. E vocês?

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

A Quaresma do Natal

Como é sabido de (quase) todos, a Quaresma é aquele período (de quarenta dias, pensava eu, mas afinal de 47 dias segundo a lei católica "porque não se deve contar com os domingos, que já são o dia do Senhor") que antecede a Páscoa, e no qual nos devemos ir preparando e mentalizando para o dia da comemoração do renascimento de Jesus.

Ora eu, que não gosto de injustiças e discriminações, considero uma falha gigantesca haver esta preparação em Março / Abril, para depois se festejar à grande o renascimento, mas não haver nada similar em Novembro / Dezembro, que é o período antes da comemoração do nascimento do Menino. E por isso faço desde já um apelo: vamos iniciar a Quaresma do Natal.

E o que é isso?
Sendo que, mais uma vez de acordo com a lei católica (e a wikipédia), se deve iniciar este período 47 dias antes da data principal - neste caso o Natal, o dia em que comemoramos o nascimento de Jesus, então todos nós deveremos começar a preparar e a comemorar esta data a partir do dia 7 de Novembro. Como? Decorando a casa com a árvore de Natal, cantarolando todas as Christmas carrolls que se conhecem, e sonhando com as prendas que podemos (ou não) dar e receber (e que o budget permite).

Porque, se formos a pensar bem, há toda uma semelhância e coerência nestas duas quaresmas:

Quaresma da Páscoa:
- é precedida do Carnaval, altura em que as pessoas se mascaram
- inicia-se com a "Terça-Feira Gorda", dia de uns bons comes e bebes
- os últimos dias coincidem com férias escolares
- tem uns dias dedicados ao jejum (ou contenção de injestão de carne, pelo menos)
- termina com o dia da Páscoa, em que (sobretudo os garotos) se recebem chocolates (em forma de coelhinhos e ovos, sobretudo), as famílias se reúnem para comer um prato típico (cabrito, p.ex) e ainda se oferecem umas lembranças (pelo menos há essa tradição por parte dos padrinhos)

Quaresma do Natal
- é precedida do Dia das Bruxas, altura em que as pessoas se mascaram
- tem logo no início o Dia de S. Martinho, dia de uns bons comes (nem que sejam só castanhas) e bebes (o famoso provar do novo vinho)
- os últimos dias coincidem com férias escolares
- há pessoas que dedicam uns dias ao jejum (para perderem algum peso e, assim, no dia de Natal, se vingarem nos doces e comezainas)
- termina com o dia de Natal, em que (sobretudo conhecidos, tios afastados e em trocas de prendas no local de trabalho) se recebem chocolates (com recheios variados), as famílias se reúnem para comer um prato típico (bacalhau, p.ex) e ainda se oferecem umas lembranças (mas cada vez menos, que o budget não está para brincadeiras).

Como tal, declaro oficialmente aberta a Quaresma Natálícia deste ano!! Meus caros, toca a montar a árvore de Natal, colocar no auto-rádio o CD de Natal do Panda ou da RFM ou da revista Caras, preparar a receita dos Sonhos de Abóbora e.... Festas Felizes!!!!

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

Afinal ainda há esperança

Para os que, em criança e idade jovem, são menos abençoados a nível de beleza.

Quem diria que esta cara






Passados uns anos ficaria assim?








  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

Super Tico e Teco

É um facto que tenho uma imaginação assim um tanto ou quanto... desenvolvida. Excêntrica mesmo. Por vezes oiço falar em algo e logo começo a imaginar mil e uma situações, uma espécie de sonho com fantasia.... sendo que o mais certo é dar por mim, no intervalo de tal situação imaginada e à falta de publicidade, imaginar os meus nerónios uns de óculos, outros de mangas à antigo contabilista, a planearem e a projetarem mil e uma ideias.

Mais que isto ser culpa do excesso de livros que li em garota (entre outras coisas) e da avalanche de publicidade que eu consumia nos meus tempos de teenager, devo ter também forte influência de uma sitcom que passou no início dos anos 90, na RTP: o "Herman's Head"".

Do casting não me lembro grande coisa, mas aquela ideia de contar uma história tendo por base 4 neurónios do Herman - o intelectualóide, a sensível, o ansioso e o invejoso - deixou-me bastante impressionada. De tal forma que, hoje em dia, dou por mim com mil e uma ideias e, de repente, a transformá-las conforme o enredo desta sitcom.



Esta tarde voltou a acontecer o mesmo. Ao planearmos mais um sonho para a Terra dos Sonhos, dei por mim a ter uma série de ideias em catapulta (tipo pipocas). O que inevitavelmente me transportou para o interior do meu cérebro, e encenar uma imagem dos meus neurónios todos em plenário, com os braços levantados, e a gritarem "eu! eu" para serem os próximos a dar o seu parecer.

Sim. Eu sou estranha. E penso estranho.
Mas a culpa não é minha: tenho é uns neurónios que trabalham muito mais do que lhes é pedido!

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

Bipolaridade com a comida

Em casa
Jantar: peixe com batatas e legumes
Os putos: "ó mãe, bhlaccchh!!!! Não quero!!!!"

Na escola / ao regressarem do atl
Eu: Então, o que foi o almoço?
Ambos, em sintonia: "uma delícia!!! Peixinho com batatas e legumes!"


Really? É do fogão? Do tipo de batata? Ou apenas embirração pura??????

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

Apetece-me fazer serviço público

E ajudar o Governo. A nível de novos impostos e "aumentos" de receitas.
Neste último ano, temos assistido a um enorme "esforço" por parte dos vários Ministérios em conseguir acompanhar os objectivos da Troika. Algumas cabeças (civis) imaginam que, a par do que acontece com 90% das famílias, também o Governo deveria reduzir despesas (juntamente com algum aumento de receitas) para poder fazer face à sua parca economia. Mas claro que as mentes iluminadas que nos representam acreditam que conseguem os seus objectivos aumentando a carga fiscal nos (cada vez menos) contribuintes. O que os leva constantemente a um aumento ora da segurança social ora do irs ora do iva. E, por mais voltas que dêem, o resultado é sempre o mesmo - e o descontentamento também.

Ora eu compreendo que, se o Governo acredita que consegue fazer face ao estabelecido pela Troika apenas aumentando receitas (a curto prazo) e não tentando reduzir as despesas, então está na altura de nós (eu), contribuintes, contribuirmos não só com o cada vez menor rendimento mas também com novas ideias para novas taxas e impostos.

Daí que, em menos de 10 minutos (em plena IC19, a caminho de casa), me lembrei de novas alternativas para um rendimento rápido e "eficaz" para os cofres do Estado. Por isso, sugiro entre outras ideias:

1. Imposto sobre o desemprego
É inadmissível que, nos dias que correm, haja pessoas que se dão ao luxo de estarem desempregadas (e assim tentarem livrar-se dos impostos afectos aos empregados). Como tal, deveria haver uma taxa (de uns 10% mensais sobre o seu último rendimento declarado ou, na falta deste, sobre o valor dos seus bens) sobre os desempregados (por iniciativa própria ou por vontade da ex-entidade patronal). E como é que seria aplicada? Penhorando contas bancárias, subsídios, ou novos rendimentos assim que eles surgissem - até que a dívida ficasse saldada

2. Taxa de consumo
Eu sou do tempo em que ouvi os meus pais ou avós a falarem do tempo em que eles tinham de dividir uma sardinha para cada 3, ou que apenas provavam canja de galinha quando alguém estava para morrer. E eles (os pais ou avós) sobreviveram. Por isso, tudo o que fosse adquirível em supermercados para lá do pão, manteiga e latas de atum, deveria ter uma sobretaxa de consumo. Ou seja: em vez de um bife custar, p.ex, 1.50€, passaria a custar o dobro, sendo que o valor em excesso iria diretamente para os cofres do Estado. Desculpem lá, mas ninguém morre de fome a alimentar-se de pão com manteiga e latas de atum - o que faz com que, consequentemente, uma refeição composta por arroz com bife (p.ex) seja sinal claro de novo-riquismo e uma quase luxúria. Pague-se pois por este luxo.

3. Selo de transporte
Quem utiliza um veículo automóvel deve ter a consciência prévia que, antes de conduzir, houve quem se preocupou (e investiu) em estradas, portagens,  combustíveis,.... ao mesmo tempo que as empresas público-privadas de transportes viram os seus rendimentos decrescerem só porque o utente se sentiu no direito de ter um transporte só para si. Desta forma, todo o titular de transporte próprio (automóvel, mota, bicicleta, patins), deveria pagar um selo anual corresponde a 50% do valor de mercado do seu meio de mobilidade. A ver se o povo não voltava a utilizar a Carris ou a CP!!!!!

4. Lei do maior número de compras
Toda e qualquer entidade que fornecesse bens ou serviços, entraria num sistema de "quanto mais declarares menos descontos fazes" (tendo em conta o seu código de actividade e área de influência). O que levaria a que - se um consumidor que declarasse um ordenado de 500€ (p.ex) adquirisse compras, num determinado mês, de 501€, não só teria de se haver com o fisco (malandro, que andas a receber por fora!) como teria de pagar um contributo de "mais-valia não esperada". Desse contributo extraordinário, uma parcela poderia ir para as entidades que declararam transações com tal contribuintes (com forma de recompensa por denunciarem as compras desse mesmo consumidor-prevaricador)

5. Tototaxa (a melhor de todas)
Com o apoio da Santa Casa, a Tototaxa seria sorteada semanalmente (aos domingos, p.ex) e transmitida em direto por todos os canais de televisão nacionais. Aproveitando a mesma dinâmica do antigo sorteio das lotarias, haveria 9 meninas junto a tômbolas com dígitos, que todos os domingos "cantariam" o número de contribuinte que, nessa semana, iria pagar um imposto suplementar. Assim:
 - seria sorteado um número de contribuinte por semana
 - o infeliz contemplado teria de, no espaço de 2 dias, depositar nos cofres do Estado, um prémio de 1000€
 - os infelizes contribuintes cujo último dígito fosse igual à chave "vencedora", deveriam, no espaço de 2 dias, depositar nos cofres do Estado um prémio de 10€
  - se, na 5ª feira posterior ao sorteio, houvesse algum "perdedor" que não tivesse contribuido com a sua parte, seria anunciado em todos os telejornais um mandato de "captura" - sendo que o contribuinte que 1º o denunciasse, receberia metade do prémio em dívida (no fundo, uma forma de incentivar a denúncia)
 - se, ainda assim, ao fim de uma semana, não se tivesse conseguido apanhar o pagador em falta, o prémio acumularia para o domingo seguinte - e o próximo sorteado não teria de pagar 1000€ (p.ex), mas antes o dobro
Até já estou a imaginar:
Domingo, 19.55h (antes das notícias), aparecem 9 meninas todas vestidas de igual, em que uma a uma vão cantando os números que saiem: " 2....1....0....2...4......5...4...2.....1!"      "210245421"         "são mil euros!!!""" E o contribuinte 21024521 entra em estado de choque pelos 1000 euros que tem de pagar, e todos os contribuintes cujo número de identificação termina em 1 ficariam a suspirar pelos 10€ que teriam de pagar.....
Melhor ainda: a Santa Casa poderia inclusivé utilizar o famoso jingle do Totobola e adaptá-lo à seguinte letra:



TotoTaxa semanal
Pra lixar o pessoal
Sorteia o NIF
que lá terá de desembolsar
Boa Sorte!
Paga ou raxa!
É o TotoTaxa!






Que tal, Sra. Maria Luís??? Gosta destas ideias?
Como é, Coelhito??? Parece-lhe bem???

Fica apenas um alerta.... estas ideias já têm direitos de autor!!! Quanto é que quer pagar por elas?

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

El Desperado

Há um tipo de homens que, volta e meia, aparece em grande escala na nossa sociedade. Tal como animais migratórios ou mesmo pragas de insectos (mal comparado, né?), sazonalmente esvoaçam e poisam à nossa volta, não nos largam, e se um se afasta aparecem logo 2 ou 3 para ocupar o seu lugar. Esses homens são "El Desperados".

Este género de machos caracteriza-se muito facilmente: está na casa dos 30 / 40, anda à procura de uma relação "longa e séria" mas ainda sofre com o fim da relação anterior. O que o leva, inevitavelmente, a ter uma série de comportamentos típicos e sintomáticos:
- assume que uma troca de telemóveis e aceitação, da parte da conhecida / nova amiga, em ir sair, é já pressuposto para encontros sucessivos e constantes
- ao fim de 1 ou 2 saídas (no máximo), trata a amiga / ou conhecida por "Môre"
- é um depressivo em grande escala. A vida é sempre escura, triste, fria
- é um poeta ainda desconhecido mas com excelente potencial ("A vida só se ilumina se encontrarmos o verdadeiro amor. Até lá tudo não passa de uma tonalidade de cinzas e cores sisudas que o destino insiste em utilizar para dar cor aos nossos dias")
- assume que 2 saídas seguidas é sinónimo de namoro, relação, compromisso, com direito a conhecer toda a família e amigos da outra parte
- na 2ª saída começa a fazer planos a longo prazo, assumindo desde logo que o compromisso está para durar ("pró ano não gostavas de ir até Sevilha?")
- na 2ª saída, ainda, assume que os filhos da outra parte o verão quase como que um tio ou segundo pai ("os miúdos adoram-me, faço imenso sucesso com eles, vais ver")
- se ele não tem filhos mas a amiga / conhecida já é mãe, informa desde o primeiro minuto que "eu também ainda gostava de ter um filho, pelo menos!"
- consegue enviar um mínimo de 5 mensagens por hora, para a mesma destinatária, sendo que a comunicação entre mensagens é algo do género:

  • (19h) "olá, logo queres ir beber um café?"
  • (19.07h) "olá, não sei se recebeste a mensagem que mandei há 10 mins, sabes o meu tlm está com alguns problemas. lol. Logo queres ir beber um café?"
  • (19.25h - ante a falta de resposta da nossa parte. Nem lhe passa pela cabeça se nós tivemos ou não tempo ou possibilidade de ver as mensagens entretanto recebidas) "está tudo bem contigo?"
  • (19.44h - nós chegamos da natação ou outra actividade qualquer e reparamos que temos mensagens não lidas, enquanto vamos recebendo mais uma, do género) "passa-se alguma coisa? estás zangada comigo?"
  • (19.47h - para eles, assim que recebemos uma mensagem deles devemos parar tudo o que estamos a fazer e responder de imediato) "pronto, não te chateio mais! Já percebi que estás demasiado ocupada para me responderes"
  • (22h) "só para te desejar uma boa noite"
  • (23h) "tenho saudades tuas. Desculpa se estou a abusar. Amanhã queres ir beber um café?"
Obviamente que muitas mulheres gostam deste tipo de homens. Aliás, verdade seja dita que, grande parte das mulheres também já foi assim, com estes mesmos sintomas. Mas enquanto que as mulheres foram "Desperadas" com 16 anos, aquando das primeiras relações afectivas, e depois foram crescendo e mudando com a idade e experiência, a situação deles é proporcionalmente inversa. Iniciaram a sua vida afectiva com grande desprendimento, mas chegam aos "intas e entas" e tornam-se carentes - e melgas.

"El Desperado" é a carência em excesso. É o que se costuma designar por "melguice crónica". E está atualmente em força aí pelas ruas e bares do nosso país. Pode ser que, com a mudança de estação que estás prestes a começar, haja novamente um maior equilíbrio entre este tipo de homens e os outros (os que nos dão uma dor de cabeça - mas pelo lado positivo!!!).


  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

A pílula da refeição seguinte

Já que a Indústria Farmacêutica investiga tanto, analisa tanto, procura tanto, e inventa tanto medicamento e creme e pílulas mais ou menos milagrosas, devia também (e isso sim, com o apoio total do Estado e das ONGs espalhadas pelo mundo fora) criar a pílula da refeição seguinte.

À semelhança da pílula do dia seguinte, só deveria ser tomada em situações extremas (um casamento, jantar de Natal, aniversário,...), no máximo 1 ou 2 vezes por mês, e sim, poderia ter efeitos secundários como enjoos, vómitos, cólicas e até mesmo alguma prostação. Aliás, estes efeitos secundários até deveriam ser primários, para que de uma próxima vez que alguém quisesse ingerir mais calorias do que realmente necessita, o corpo lhe desse uma valente lição (o aumento de peso não é uma valente lição, é um fardo pesado para a pessoa, que passa a ocupar mais espaço, e para a carteira, que passa a ter mais espaço pois o dinheiro dentro dela será canalizado para a compra de novas roupas, 1 ou 2 números acima).

Assim, depois daquela jantarada da noite anterior (com muitas entradas, pratos principais, sobremesas, vinhos e licores), no dia seguinte a pessoa iria até à farmácia mais próxima. Para fazer a compra da dita pílula, teria de deixar os seus dados pessoais, ficando consequentemente registado numa base de dados (e que impediria de comprar mais de 2 tomas por mês). Depois, ao chegar a casa tomaria o comprimido milagroso, e passaria as horas seguintes a sofrer (com dores de estômago, problemas intestinais, fosse o que fosse), enquanto o corpo rejeitava literalmente as calorias ingeridas no dia anterior. O que faria, por fim, essa mesma pessoa a pensar seriamente se voltaria a valer a pena ter uma atitude de glutão perante a comida.


Claro que este sistema, per si, não provocaria emagrecimento (tal como a outra pílula não garante o fim das gravidezes). Claro que os outros produtos para emagrecimento à venda no mercado continuariam a ter a sua clientela. E claro que haveria muito boa gente a continuar a comer como se não houvesse amanhã.

Mas digam-me lá se esta não seria uma excelente ideia??

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

A vingança do chuveiro

A vingança do chuveiro - Tragicomédia em acto único


Enquadramento:
Estou há quase 2 anos nesta casa, e há quase 2 anos a esta parte que reconheço que o chuveiro que tenho não presta. É uma porcaria pegada. O dito tem as buchas soltas, eu tenho de o agarrar all the time, precisa sempre de uma mãozinha (literalmente), não faz minimamente o papel de chuveiro. E por muitas vezes me faz ponderar a vontade de regressar à assoalhada em frente (vulgo casa-de-banho grande) para tomar banho em formato "imersão".
Tanto me queixei que o mesmo se ressentiu. Eu realmente que o notava um pouco mais arisco, mais complicado a temperar a água (ou era água demasiado quente ou demasiado gelada), mas sempre calculei ser uma questão de amuo. Até hoje.

Cenário:
Chegamos a casa depois de um dia de praia, encalorados e areados q.b., a precisar de um bom banho. Ante a vontade dos piolhos ("mãe, é um de cada vez!"), a miúda lá entra no chuveiro, pronta para uma chuva de água que lhe limpe o corpo e alma de areia, calor e sabe-se lá mais o quê.
E é nesta altura que o chuveiro se vinga.
Estando o mesmo no seu poiso habitual, e aproveitando o facto de as minhas mãos estarem ocupadas a lavar o cabelo da miúda, o chuveiro mexe-se e posiciona-se na posição única que permite, de uma só chuveirada, alagar a casa de banho e corredor contíguo (ele, o chuveiro, sabia perfeiamente que a porta estava minimamente aberta).
Com a chuveirada pela protecção de chuveiro fora, a miúda grita com a força da água. O corredor alaga-se. O gato escorrega e cai. O puto escorrega, cai e desata a chorar porque "deslocou" o ombro. A miúda grita por simpatia e exige sair do chuveiro. E eu desato-me a rir, com o caricato da situação.

Resultado?
O puto ficou com o ombro enroxado. O gato passou a bufar por tudo e por nada. A miúda recusa-se a tomar banho, para já. E eu passei os últimos minutos (quase hora) a lavar a casa de banho, corredor e paredes, pois sempre que estou quase a terminar esta tarefa, um dos 3 passa e deixa marca de pegadas na casa de banho, ou corredor ou paredes (o gato, neste caso)..

Esta foi a vingança do chuveiro face às minhas reclamações. Mas eu também tenho as minhas: Sr. Eduardo, amanhã irá receber uma chamada minha!

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

Genética

No ano passado, quando a miúda foi à consulta anual de pediatria, pesava 26 quilos. Um ano depois, na consulta anual, pesa 27 quilos. Aumentou, portanto, 1 quilo inteirinho no espaço de um ano. Ou, em termos de média, sofreu um acréscimo médio mensal de 83,33 gramas.
O que se prova que ela tem realmente os mesmos genes da mãe - mas na proporção inversa.

A miúda demora um ano inteiro a ganhar mais 1 quilo de peso.
Eu demoro um ano inteiro para conseguir perder 1 único quilo.

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

Englishmen on vacations!

Salvo honrosas exceções, descobri esta semana que os britânicos (homens) que vêm passar férias ao nosso país se podem dividir em 3 tipos:
1) os Totós
2) as Divas
3) os que sofrem do "Síndroma Nenuco"

1) Os Totós
Tal como o nome indica, são os totós da família. Ou nerds. Ou meros tímidos. Reconhecem-se pelas meias brancas por baixo das sandálias, e muito raramente entram na piscina ou no mar. Estão sempre com um portátil ou Ipad debaixo do braço e, físicamente, lembram o Wayne Rooney (dada a largura do pescoço), ou o Bill Gates (se usarem óculos). Não conseguem desejar um "bom dia" sem que ganhem todas as tonalidades possíveis do magenta e grunhem apenas algo parecido com "mouning"


2) as Divas
Mundialmente conhecidos, os ingleses-divas são muito mais que gays. São gays em versão excessivamente feminina, tudo para eles é motivo de plumas e braços no ar e ancas a dançarilhar... Adoram Madonna, Mika, Lady Gaga, George Michael, Lady Gaga, e tudo o que seja ícone homo dos anos 80. Quando te vêem soltam sempre um leve grito e fazem constantemente questão de te elogiar o cabelo - ou o vestido - ou a sombra dos olhos.... Dançam como poucos, e a sua voz fina e delicodoce deixa-te sempre boquiaberta.


3) os que sofrem do "Síndroma Nenuco"
É a espécie em maior expansão. Começam ainda em pequenos a ser devidamente caracterizados: bebés de meses que já vestem roupa para 4 / 6 anos, são uma mistura de nenucos com bonecos michelin. De tal forma que dão toda uma nova cor à expressão "obesidade infantil". Quando chegam à maioridade, atingem a fase action man: tatuam todos os braços, pernas e costas (pelo menos), "carecam-se", colocam cara de maus e passam a destinar 90% do seu dia ao ginásio. Aos 40, com filhos a braços e a barriga a ser tomada de assalto pelo excesso de cerveja, tornam-se os Barneys (na versão "no-hair") da terra de Sua Majestade: carecas, flácidos e barrigudos. Terminam os seus anos "feios, porcos e maus".



Durante cerca de 1 semana tive a oportunidade de observar estas espécies, que andam à solta pelo nosso algarve (e zonas turísticas nacionais) sobretudo nos meses de verão. Agora sim, finalmente percebo porque é que as britânicas, quando vêm cá passar férias, ficam tão "desorientadas" com os nossos locais! 

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

Sabes que estás a envelhecer

- Quando acordas com uma ruga na cara, fruto da almofada, pensas "daqui por 10 mins já não se nota" e, afinal, 1 hora depois, a caminho do trabalho, a ruga continua firmemente estampada na cara
- Quando tens de te agachar para apanhar algo e te levantas com um "ughhh", acompanhado da mão na zona lombar
- Quando te ris de uma piada, o teu lado emocional volta ao estado normal mas a tua cara insiste em manter o "sorriso à chinês" (vulgo rugas á volta dos lábios) durante mais de meia hora
- Quando fazes uma noitada como se fosses teenager, te deitas depois das 5 a pensar "quando acordar já serão horas da sunset party", e quando abres os olhos pegas no telemóvel e constatas, com horror, que ainda não são 8h da manhã (culpa do organismo que se habituou ao horário "com crianças")
- Quando o teu assunto de conversa com outras mães é de e sobre bebés, crianças e teenagers, numa proporção 10 (para o assunto "filhos") / 1 (para o assunto "homens")
- Quando, em conversa sobre locais cool sobre saídas noturnas, referes espaços fechados há mais de 10 anos
- Quando ouves falar uma colega de trabalho (de 20 e poucos anos) sobre uma "cota" de 35 anos
- Quando fazes a conta de uns desenhos animados que adoravas em miúda e que já não passam na televisão há uns 25 anos ou mais
- Quando te perguntam a idade, tu mentes ("faz de conta que tenho 28, quando na realidade tenho quase mais 10") e ouves do outro lado: "que cena meu, tens a idade da stora de estatística!!!"
- Quando te perguntam a idade, tu mentes ("faz de conta que tenho 28, quando na realidade tenho quase mais 10") e ouves do outro lado: "que cena meu, tens pra aí a idade dos meus cotas, ninguém diria!""


É duro fazer anos. OU envelhecer. Irra!!

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

Deve ser da idade

Estou a ficar cada vez mais resmungona. E sem paciência para "ouvir e calar". Aliás, cada vez mais respondo à letra, mesmo a quem não conheço.
Estou a ficar tão orgulhosa de mim mesma!

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

O meu atual futuro ex

Tenho constatado, de há uns tempos a esta parte, que as relações já não são como eram. Ou que eu já não as vejo como antigamente.
A nível de relacionamentos, fui educada (tal como a maioria da geração de 70 e 80) e quase formatada com base nas histórias de encantar e no conservadorismo próprio das gerações anteriores, nascidas e criadas no interior do país, e também elas moldadas por ideiais românticos, inexistentes, cor-de-rosas quase fúschias, tal o exagero que eles apresentam.

A minha mãe, tias, vizinhas-mães e avós sempre me incutiram (a mim e às minhas primas e amiguinhas da mesma geração) o ideal de príncipe encantado. Que eu deveria ser moça recatada qb, discreta qb, e aguardar pacientemente (não necessariamente a dormir dentro de um caixão de vidro, como a Branca de Neve, mas quase) que um único cavaleiro alto, forte e espadaúdo viesse, me visse a dormir, me acordasse com um beijo (apesar de tal ser contra o perfil de recatez sugerido), nos apaixonassemos perdidamente, casássemos e fossemos felizes para sempre.


Passei toda a minha infância a acreditar piamente que era isto que iria acontecer. Passei toda a minha adolescência a querer acreditar que, mais dia menos dia, o tal do príncipe alto, forte e espadaúdo se iria cruzar comigo, ainda que eu estivesse acordada. E passei o final da minha adolescência a ver vários dos meus primos a seguirem esta ideologia, conforme o pressuposto, casando-se e tornando-se progenitores ainda antes dos 20 - e eu a começar a achar que havia ali qualquer coisa que não batia certo. Aliás, nunca me hei-de esquecer da aflição de uma tia minha por o filho mais velho (na altura com 23 / 24 anos) ainda estar solteiro - "que vergonha, olha o falatório que não é pelas ruas da aldeia!!!"

Pelos meus 25 anos também eu escrevi uma história (na altura, de encantar). Depois de alguns namorados (que para os meus pais e avós nunca passaram de amigos, pois o casamento nunca se concretizou), finalmente (!) resolvi tornar-me senhora casada. E nem um ano de aliança no dedo tinha já sentia a pressão para ser mãe. Ou seja, se tudo tivesse corrido by the book, quando chegasse aos 30 já deveria ser mãe de pelo menos uns 2 ou 3, de acordo com as ditas histórias de fadas e princesas.

Mais de 10 anos depois, a minha história "de encantar" acabou - com 2 filhos sim, mas com a sensação de dever cumprido por o rei ter sido deposto e eu, ainda assim, me sentir rainha do meu castelo. E o mais engraçado foi que, quando informei a minha família de tal (e imaginava o dramalhão que iria ser....), os meus pais aceitaram perfeitamente a minha decisão, não me tentando demover com argumentos cores-de-rosa ou bruxas más que deveriam ser combatidas.

Hoje em dia, quando leio as ditas histórias de encantar, já consigo sentir uma maior empatia pela bruxa má, propriamente, do que pela tonta da princesa que espera ansiosamente pelo rapazito que lhe traga o sapato certo, ou que lhe salve da asfixia provocada pela família (leia-se madrasta).
Hoje em dia, já não acredito em príncipes encantados, altos, fortes e espadaúdos. Fico mesmo com urticária mediante a ideia em me contentar com o primeiro que me tente levar para o seu reino - ele que fique com o seu cavalo alado, que eu fico com o meu palácio.
Hoje em dia, sei que o príncipe tem prazo de validade até se transformar novamente em sapo. E não me importo nada se esse prazo for apenas um dia, ou mês, ou um ano, ou uma vida. O que for, será.
Seja na pele de mais ou menos princesa ou encarnando até uma quase bruxa má, é assim que a minha história terá mais encanto. Ou pelo menos mais capítulos. É assim que eu a poderei terminar com um "e foi feliz para todo o sempre..."!

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

Tenho um problema com números

Tal como acontece aos meus pais, e respeitando a genética por eles transmitida, eu tenho um "problema" com números - decoro-os e brinco com os mesmos de uma forma um pouco assustadora, sobretudo tendo em conta que sou (e gosto mais) de Letras.


Sei de cor todos os meus nºs de BI, NIF, Segurança Social, Carta de condução.... por isso, sempre que preciso de preencher algum formulário é uma beleza ver-me a ditar os ditos sem recurso a qualquer cartão de plástico ou formulário anterior.

Lembro-me de tudo o que é PIN que já tenha estado em meu poder durante mais de 2 dias: PINs actuais e antigos de telemóveis, cartões bancários, palavras-passe...

Números de telefone é comigo. Aliás, na empresa onde trabalho sou como que uma agenda humana: "Alguém sabe qual é o nº de telefone da empresa XPTO?" e ainda uma de nós está a abrir o email / google à procura de tal informação já está a Carla a esclarecer: "21........"

Aqueles problemas da 4ª classe: "se um comboio partir do Porto às 10h e andar a 50km/h e outro partir de Lisboa às 11h a 120km/h....."? Adoro! São um dos meus passatempos favoritos!

Até de há uns tempos a esta parte, no caminho casa-escola, os meus piolhos e eu vamos alegremente, durante cerca de 5 / 10 mins, a soletrar uma lenga-lenga do género:
eles: 2 + 2?
eu: 4
eles: 4 + 4?
eu: 8
eles: 8 + 8?
eu: 16
....
De tal forma que mesmo o puto, com 6 anos ainda, já conseguia fazer as contas / dar as respostas até mais ao menos o 500 (passei-lhes rapidamente o vício, portanto).


Chego assim à conclusão que sou um pouco estranha. Ou então que os meus neurónios precisam de outro tipo de ocupação que não a numérica. Vou investigar.

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

Ordem na caserna

Para todas as mães e pais que têm a seu cargo a educação de bebés / crianças / jovens, sabem e percebem perfeitamente o quão frustante é pedirmos algo às nossas crias e estas não nos ligarem "puto". O quão desapontante é darmos um deadline para algo e eles não nos ligarem nenhuma. O quão revoltante é mandarmos arrumar o quarto, p.ex, e eles fingirem que não nos ouviram. O quão irritante é pedirmos-lhes para acabarem o almoço e a resposta deles ser "não tenho fome - há salame para a sobremesa?". O quão exasperante é darmos-lhes uma ordem, e eles responderem "tu não mandas!".


Por isso, resolvi preparar uma breve listagem de soluções possíves para vários "confrontos" que os meias-lecas julgam que nos podem fazer. Para cada afronta, uma reacção diferente. Para cada teste à nossa paciência, um comprovativo em como nós também conseguimos ter atitudes inesperadas. Para cada birra deles, um bater de pé da nossa parte!.


 
Assim:
- quando começam as mentirinhas próprias do pré-escolar: uma pitada de pimenta ou piripiri ou uma meia malagueta na ponta da língua do inventor para lhe "temperar" a veia artística (conforme a imaginação)
- quando o rapazito insiste em fazer xi-xi sem utilizar as mãos, molhando consequentemente e repetitivamente as calças e chão da casa de banho: passa a fazer as necessidades na rua. A casa de banho fica interdita a tudo o que seja macho
- quando a criancinha se arma em especialista gourmet e repreende constantemente a mãe porque "não gosta de peixe, a carne é rija, as ervilhas sabem a esquisito, as laranjas são laranjas": durante uma semana só vê em cima da mesa favas e outras leguminosas, como lentilhas e feijoca. Ou toda uma variedade de peixe (sempre cozido)
- quando a menina insiste em se armar em princesa e nunca arruma os seus brinquedos: enfiá-los todos num daqueles sacos de lixo e colocá-los à porta de casa (oficialmente foram para o aterro, mas na prática requer algum cuidado para que o tal saco não desapareça mesmo)
- quando o petiz resolve fazer uma birra fenomenal no supermercado, porque quer um brinquedo ou uma tonelada de bolicaos: gritar ainda mais do que ele ali mesmo junto às caixas, e bater o pé, e gritar "não gosto de ti!!!". Não há vergonha ou choque maior para ele que lhe faça lembrar o porquê da birra inicial
- quando os meninos entram em guerra total porque um quer o Canal Panda e o outro quer a Disney: sintonizar o canal Parlamento ou RTP Memória durante 5 dias, escondendo os comandos e acessos a nintendos, dvds, computadores e afins e obrigá-los a assistir a tal programação, durante pelo menos 1h seguida durante os dias de castigo
- quando a princesita só quer vestidos com flores ou saias com roda ou as mesmas leggins durante 10 dias, mesmo que estejam cheias de nódoas e a cheirarem mal: esconder-lhe toda a roupa, deixando apenas disponível os pijamas e a roupa do irmão mais velho. E depois dizer-lhe: "agora escolhe o que queres levar para a escola".


Estes são apenas alguns exemplos de disciplina / educação diferente da que vem nos livros mas muito interessantes e sugestivos. Alguns dos quais já utilizei, é um facto, outros foram já testados por colegas e amigas, sempre com resultados acima do expectável. Claro que também todos nós temos a perfeita consciência que os nossos filhos, lá bem no fundo, acabam por nos considerar muito "estranhos" e com um nível de insanidade verdadeiramente respeitável.... mas antes termos um estado de maluqueira por iniciativa própria do que por consequência dos seus actos e respostas maquiavélicos!!

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

Carta aberta à Santa Casa

Exmo/a Sr/a Administrador/a, Procurador/a, Responsável da Santa Casa da Misericórdia


Venho por este meio apresentar a minha reclamação fundamentada relativamente ao Euromilhões.

É inadmissível que eu, durante mais de 2 anos (104 semanas, portanto) tenha jogado a mesma chave e a dita nunca foi sorteada! Como é possível? Então Vocês não vêem as chaves jogadas e não fazem estatísticas sobre as mesmas? Não chegam, consequentemente, à conclusão que, se a mesma chave é jogada semana após semana é porque alguém espera ansiosamente que a mesma tenha os seus 15 minutos de fama na televisão?

Exmos. Srs., para o caso dos Srs terem andado distraídos (o que é uma vergonha, dado que qualquer pessoa, no seu posto de trabalho, deve estar atento às requisições dos clientes - e eu sou vossa cliente, pois todas as semanas compro-vos 4 euros de esperança), vou-vos lembrar novamente a minha chave:

5 - 12 - 14 - 40 - 47 (e estrelas 6 e 8)

Porque, eu prometo que, se esta noite me sair 15 milhões dividi-los-ei mais ou menos da seguinte forma:
- 2 milhões para uma conta poupança de cada filho
- 2 milhões para os pais
- 2 milhões a partilhar com tios, amigos mais próximos e instituições de solidariedade
- 6 milhões em acções e poupanças, cujos rendimentos anuais deverão ser convertidos no meu ordenado de ora em diante
- o restante milhão para meu usufruto imediato (que também tenho direito à vida)

Não tenham vergonha e ponham as bolas respectivas a dar o ar da sua graça logo à noite! Ou melhor, tenham vergonha e ponham finalmente as bolas respectivas a dar o ar da sua graça logo à noite! Não se acanhem!



Atentamente,

Jovem mãe de 2, separada e com um emprego razoável mas nada por aí além que não permite que os trocos cheguem ao dia 25 de cada mês, quanto mais sobrar 1 cêntimo que seja para o mês seguinte.

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

Canção do Engate

Desde sempre que os homens (e mulheres, diga-se em abono de verdade) tentaram, num ápice, chamar a atenção e, quiçá, conquistar as suas (vítimas?) conquistas, com um objetivo teoricamente reprodutor. Tal como um gato revela a sua pretenção em garantir descendência com urina e miados expressivos, ou tal como um pássaro tenta conquisar a sua pretendida através de cantos e danças aéreas, também o homem utiliza frases e expressões corporais - que atraem ou afastam as suas potenciais conquistas.

Uma das coisas que sempre me espantou foi as frases utilizadas por muitos homens e com um objetivo (?!) de atrair as suas "presas". Utilizando diversos tipos de expressões, há muito bom homem que acredita que, nós mulheres, ao ouvirmos tal gracejo, fiquemos "ofuscadas" com tal criatividade e, consequentemente, rendidas a tal talento. Por exemplo:

Expressões comparativas: "ó Jóia", "Borracho", "Flor", "Tesouro", "és boa com'ó milho" - funcionam nos filmes do Stalone e pouco mais
Expressões descritivas: "Fofinha", "Gostosa", "Boazuda", "Princesa" - conseguem surtir o efeito exatamente oposto ao pretendido
Expressões de ação: "eu fazia-te.... e acontecia-te...", "não te esqueças do meu nome; mais logo vais gritá-lo" geralmente levam com uma previsão do género "espera sentado, que de pé és capaz de te cansares!"
Frases de engate: "és como um helicóptero - gira e boa", "está calor ou é de estares a meu lado?", "Não és Avé-Maria, mas és cheia de graça", "Doeu muito quando caiste do céu?" até têm a sua piada - mas serem constantemente repetidas perdem todo o efeito surpresa.

Claro que também há muitos homens que se "contentam" com uma valente assobiadela, um encosto mais discreto ou um olhar mais meloso. Mas é um facto: na hora do engate, o lado mais primitivo do macho vem sempre ao de cima. E, se assim é e o objectivo é unica e exclusivamente uma boa cambalhota, porque não apelam ao velho Variações?



  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

A propósito de temperos

(Que eu saiba) não sou ou tenho origens indianas, ou moçambicanas, ou mexicanas. Mas é um facto: sou muito dada a comidas picantes.
Aliás, posso mesmo dizer que este paladar é de família, herdei-o da parte da minha mãe, que também é fã e grande consumidora de chilis, malaguetas e afins – e sinto sinceramente que estou também, devagar e aos pouquinhos, a passar tal legado às minhas crias.
Para mim, tempero que se digne deve ter sempre uma malagueta (mínimo). Estufado ou refogado que se preze tem a obrigação de ser composto por chilli e/ou pimenta. Um assado só o será na sua verdadeira essência quando polvilhado (para não dizer regado) de piripiri ou tabasco.
Até o creme de legumes já não é a mesma coisa se não tiver, no seu composto, pelo menos uma rodela de pimento verde – ou vermelho, com sementes incluídas!

Claro está que, por vezes, exagero. O que, mais uma vez, comprova que tal característica é oriunda dos genes: nunca me hei-de esquecer (nem eu nem o meu pai, mãe, meu ex-marido, e ainda uns tios e primos de Castelo Branco) de um almoço de Natal em que a minha mãe, um “pouco” stressada com o dolce fare niente de todos (menos dela, que parecia uma escrava enfiada há horas na cozinha), carregou “ligeiramente” no piripiri, a temperar o cabrito: resultado, a hora de almoço foi passada por todos com lágrimas nos olhos (tal o poder da especiaria) – a maioria aflita com o tempero, a minha mãe realizada com a vingança e eu verdadeiramente satisfeita com a “guloseima”.

Contra as sugestões de médicos, nutricionistas, outras mães e o bom senso geral, os meus filhotes foram apresentados ao picante ainda com tenra idade (nem sei mesmo se já teriam completado o 1º ano de idade!). Claro que muitas vezes reclamam (mãe, o molho / carne / peixe / arroz pica!!), mas nada que ao fim de umas horas não lhes tenha passado. Agora, um dos meus próximos objectivos é apresentá-los formalmente à gastronomia indiana e moçambicana. Quero dar-lhes a provar um caril, uma chamuça, uma moqueca (o chilli com carne já conhecem e aprovam, por isso não há que ter medos). Faço questão que eles se tornem experts na arte de apreciar um molho tabasco, uma pimenta, a diferenciar o paladar dos diferentes tipos de pimentos. Que percebam a diferença entre malagueta e piripiri. Que se transformem nuns verdadeiros conhecedores destas especiarias, para que, quando forem almoçar ou jantar a um Indiano / Mexicano não se intimidem com as receitas “conforme o original”.

E que, sempre que eu exagerar no tempero, eles fiquem de lágrimas nos olhos sim, mas verdadeiramente satisfeitos com a “guloseima” por mim preparada.
Por falar em guloseima: e que tal um Bolo de Chocolate com Piripiri para a sobremesa de logo?
http://sabores.sapo.pt/receita/bolo-de-chocolate-com-piripiri

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

Como mudar um pneu

Tirei a carta em 94 e, nestes anos todos:

- só por uma vez tive um acidente (em que foi a outra que veio literalmente para cima do meu carro porque, disse em tribunal, tinha o carro cheio de copos de cristal e, para não passar por cima de uma lomba, deu-lhe "mais jeito" ir para a outra faixa)

- só por uma vez tive uma multa por excesso de velocidade (em pleno Ribatejo, naquelas aldeias de 3 casas onde é proibído ir a mais de 50km/h, eu carreguei no acelerador até aos 74 km/h e a GNR "convidou-me" a contribuir com 10 contos, na altura)

- levo o carro à oficina sempre que o mesmo "apita", a lembrar a revisão a cada 15.000 km

- levei o carro anterior à inspecção no limite da data - mas nunca a ultrapassando - e nunca tendo uma pequena observação que impedisse a sua nota positiva

mas nunca consegui mudar um pneu!
É verdade. Realidade muito feminina, a roçar o cliché das mulheres para quem o carro é uma viatura que necessita apenas de combustível para andar e de um porta-bagagens para colocar as compras... e eu faço parte deste grupo.





A primeira vez que precisei de o fazer ignorei o feito:

Ia da Damaia ao Continente da Amadora, fazer as compras da semana. Normalmente, sem grandes pressas (que o trânsito também não o permitia), mas a notar que muitos carros que vinham atrás de mim faziam sinais de luzes, outros gesticulavam - e eu, que nesse dia até me sentia um pouco mole (era Verão), lá pensava "passa por cima, se quiseres" ou "será que tenho alguma porta do carro aberta? Tou quase a chegar, a ver se não me esqueço de verificar". E só quando estava a chegar ao parque de estacionamento é que um outro automobilista se pôs ao lado do meu renault e gritou "minha senhora, desde os cabos d'ávila que lhe estou a tentar dizer que tem um pneu furado!".

A minha reacção? Agradeci timidamente, e pensei "bem, agora que estou a chegar posso fazer as compras normalmente, e também como daqui a casa são poucos kms, quando lá chegar peço ao meu pai para mudar". Resultado? O regresso foi bem mais demorado, com os 4 piscas ligados, e as pessoas a olharem para mim com ar surpreendido, chegando uma velhota a gritar "ai filha que estragas o carro todo!". Escusado será dizer que levei um sermão do meu pai (ele era o dono do carro, nem que fosse por isso) e nesse dia pensei para os meus botões "tenho de aprender a mudar um pneu".

Isto foi mais ou menos em 98.


A segunda vez que precisei de mudar o pneu foi há uns meses atrás:

Ia a caminho da praia, 38ºC na rua, com os 2 pequenitos no banco de trás desesperados por uma brincadeira na água. Ao sairmos de casa, o puto pergunta - ó mãe, esqueceste-te do protector? Ao que eu respondi "olha, passamos pelo jumbo e aproveito e compro, além do protector, mais umas coisitas". Só que, ao regressarmos ao carro para nos dirigirmos para a tão desejada praia, senti que o carro não estava a desenvolver como devia: "Raios (pensei), está mesmo a precisar de uma revisão". Abri as janelas de trás para entrar mais vento (para ajudar a refrescar) e comecei a ouvir um som estranho, ao que pensei "que engraçado, nunca reparei como o barulho do carro, vindo de trás, é tão diferente!". E foi já a chegar à marginal que um motociclista passou por mim e gritou "o pneu de trás está embaixo!"

Encostei o carro, saí do mesmo, tirei a roda suplente, a chave de segurança, o macaco, e quando tentei colocar este pensei "e agora, onde é que eu ponho isto?" 5 minutos depois, já com uma gritaria dentro do carro e com as mãos pretas de sujidade (mas sem ter feito nada, ainda) lembrei-me do ACP (já que sou sócia...). Liguei-lhes, e eles informaram-me que a assistência viria... no espaço de 30/ 40 minutos. Mas nem 30, nem 40 nem 1 hora depois!! Voltei a ligar (a pensar "tu queres ver que ainda fico sem saldo e/ou sem bateria?"), e a menina do call-center informou-me, muito simpaticamente, que tinha havido um engano interno, logo eu deveria esperar pelo menos mais meia hora.

Resultado? Arrumei a tralha toda de substituição, entrei para o carro, e fomos todos a gritar (eles porque queriam a praia, eu para os tentar calar) a 10km/h até Caxias, para tentar encostar o carro e ir pedir auxílio. Encostei perto de um restaurante, e fui já toda irritada pedir ajuda aos empregados do mesmo - que me disseram mmuuuiiittooo caallmmameeente que teriam todo o gosto em me ajudar... quando acabassem de almoçar (às 18h, e eles a comerem uma bela de uma mousse)

Regressei então ao carro, tirei novamente toda a tralha de substituição, e com os pequenos já ao meu lado colocámo-nos os 3 no meio da estrada (eu com o macaco na mão) a ver quem parava para ajudar "a donzela".

Só ao fim de uns largos minutos, quando uns marmanjos lá me vieram acudir e conseguiram mudar o pneu (também ao início não sabiam onde colocar o macaco), é que apareceu um dos empregados do restaurante, a perguntar "então ainda precisa de ajuda?". Tive quase vontade em lhe dizer "eh pá, a sua mousse devia ter espinhas!!" mas contive-me. Afinal, aparecera!

Eram quase 19h quando o carro ficou novamente operacional. Praia, claro ficou adiada. E, já a chegar a casa (com tudo amuado, dentro do carro), é que me ligam: "boa tarde, fala do reboque! Não estou a encontrar o seu carro, aqui ao pé dos semáforos da cruz quebrada. Pode por favor confirmar a matrícula?"



Vou ter mesmo de tirar uma tarde para praticar a mudança de pneus!

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

Sim, tenho mau feitio


Sim, tenho muito mau feitio. E muito orgulho na minha personalidade, postura, atitude, chamem-lhe o que quiserem.

Uma coisa é certa: estudos dizem que as pessoas com um bom mau feitio têm uma maior esperança de vida. E dado que é meu objetivo chegar, pelo menos, aos 120 anos, diz que vou no bom caminho.

Por isso, até lá aturem-me. A mim, às minhas neuras, sarcasmo, bom humor, (im)paciência e tudo o que me caracteriza.

Se não gostarem - temos pena.
Vão-me lendo por aqui... pode ser que um dia eu mude de atitude!

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS