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A propósito de temperos

(Que eu saiba) não sou ou tenho origens indianas, ou moçambicanas, ou mexicanas. Mas é um facto: sou muito dada a comidas picantes.
Aliás, posso mesmo dizer que este paladar é de família, herdei-o da parte da minha mãe, que também é fã e grande consumidora de chilis, malaguetas e afins – e sinto sinceramente que estou também, devagar e aos pouquinhos, a passar tal legado às minhas crias.
Para mim, tempero que se digne deve ter sempre uma malagueta (mínimo). Estufado ou refogado que se preze tem a obrigação de ser composto por chilli e/ou pimenta. Um assado só o será na sua verdadeira essência quando polvilhado (para não dizer regado) de piripiri ou tabasco.
Até o creme de legumes já não é a mesma coisa se não tiver, no seu composto, pelo menos uma rodela de pimento verde – ou vermelho, com sementes incluídas!

Claro está que, por vezes, exagero. O que, mais uma vez, comprova que tal característica é oriunda dos genes: nunca me hei-de esquecer (nem eu nem o meu pai, mãe, meu ex-marido, e ainda uns tios e primos de Castelo Branco) de um almoço de Natal em que a minha mãe, um “pouco” stressada com o dolce fare niente de todos (menos dela, que parecia uma escrava enfiada há horas na cozinha), carregou “ligeiramente” no piripiri, a temperar o cabrito: resultado, a hora de almoço foi passada por todos com lágrimas nos olhos (tal o poder da especiaria) – a maioria aflita com o tempero, a minha mãe realizada com a vingança e eu verdadeiramente satisfeita com a “guloseima”.

Contra as sugestões de médicos, nutricionistas, outras mães e o bom senso geral, os meus filhotes foram apresentados ao picante ainda com tenra idade (nem sei mesmo se já teriam completado o 1º ano de idade!). Claro que muitas vezes reclamam (mãe, o molho / carne / peixe / arroz pica!!), mas nada que ao fim de umas horas não lhes tenha passado. Agora, um dos meus próximos objectivos é apresentá-los formalmente à gastronomia indiana e moçambicana. Quero dar-lhes a provar um caril, uma chamuça, uma moqueca (o chilli com carne já conhecem e aprovam, por isso não há que ter medos). Faço questão que eles se tornem experts na arte de apreciar um molho tabasco, uma pimenta, a diferenciar o paladar dos diferentes tipos de pimentos. Que percebam a diferença entre malagueta e piripiri. Que se transformem nuns verdadeiros conhecedores destas especiarias, para que, quando forem almoçar ou jantar a um Indiano / Mexicano não se intimidem com as receitas “conforme o original”.

E que, sempre que eu exagerar no tempero, eles fiquem de lágrimas nos olhos sim, mas verdadeiramente satisfeitos com a “guloseima” por mim preparada.
Por falar em guloseima: e que tal um Bolo de Chocolate com Piripiri para a sobremesa de logo?
http://sabores.sapo.pt/receita/bolo-de-chocolate-com-piripiri

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