Esta semana ouvimos falar da Maria, atriz de profissão e vocação que, vítima de violência doméstica (ou incapacidade e/ou estupidez do ex para aceitar o fim de uma relação), tornou-se vítima da pouca justiça e capacidade portuguesa... e viu a sua vida chegar ao fim.
Antes da Maria, outras "Marias" fizeram manchetes nos jornais e televisões de Portugal: a "Ana", a "Sofia", a "Carla", o "António", a "Lurdes" - todos os dias ouvimos falar em casos de violência doméstica causados por alguém que não sabe ouvir um não, não sabe lidar com o fim de um relacionamento, que julga que através da força ou raiva consegue aquilo que não é mais conseguível.
Eu, que também já lidei de perto com este tipo de violência, ganho um nojo crescente de todo este tipo de atitude - e defesa.
De quem se considera prepotente.
De quem se julga superior à lei.
De quem se defende com a cultura do antigamente ("até que a morte os separe")
De quem sabe que, mesmo que a vítima se queixe e apresente queixa, muito raramente será defendida - porque a queixa fica registada em papel e pronto. Nada mais se faz.
De quem sabe que a justiça dá sempre o benefício da dúvida a quem incumpre com a lei e não respeita o próximo.
Da lei que admite receber uma queixa por violência doméstica - mas não assume responsabilidade pela mesma.
Enquanto não se mudarem leis, pensamentos, atitudes e julgamentos, haveremos de, diariamente, dar de caras com notícias que dão conta do fim da vida de muitas Marias, Anas, Helenas e Josés que sucumbem face às mãos de quem não sabe aceitar um não ou um fim.
Vergonha, tristeza e medo, é o que sinto neste momento.
(Descansa em paz, Maria. Agora estás a salvo).
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22:53 |
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