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Kizomba-men

Que a Kizomba é a dança que está in, ninguém duvida. Sensual, quente, intimista, é a música perfeita para mostrar o sentimento.... e bailar ao som dos ritmos africanos.

Eu, "kizombeira" de primeira viagem que sou, gosto de dedicar parte do social a observar os pares que dançam à minha volta... ou melhor, gosto de observar os homens que dançam (ou talvez não) à minha volta. E concluí, juntamente com uma amiga que também tem um feitio um pouco peculiar, que os homens traduzem na forma como dançam a atitude que têm com uma mulher... a nível mais intimista.

Naturalmente que nós, mulheres, também poderemos ser "catalogadas", mas por agora vamos dedicar-nos a perceber os tipos de homem que kizombam.

Assim, numa noite de social (que é como quem diz, uma noite em que só se dança kizomba, semba e afro-music), podemos encontrar os seguintes tipos de homens:

1) o iniciado
Está a aprender kizomba há pouco tempo. Há tão pouco tempo que passa o tempo todo a sussurrar ao teu ouvido "1....2....1...2". Raramente faz mais que o passo-base, mas mostra tanta vontade em aprender que tu até "perdoas", e dedicas-lhe 2 ou mais músicas... nem que seja para o rapaz ganhar coragem e arriscar uma saída do homem ou outro passo "mais avançado"

2) o mal iniciado
Está a aprender kizomba há pouco tempo. Há tão pouco tempo que, de vez em quando, se arrisca a sussurrar ao teu ouvido "1....2....1....4....". Pois: a timidez e falta de vontade levam-no a transpirar de nervos.... e é ele que acaba por te "despachar" ao fim dos primeiros acordes - não porque tu não sejas uma boa parceira, mas porque ele simplesmente se sente inferiorizado pela sua pouca experiência. E, por isso, "antes despachar do que ser despachado"

3) o tímido
já sabe alguns passos (afinal, é um aluno exemplar e presente nas aulas semanais), tem gosto na música, até consegue mostrar algum brilharete com um outro gesto.... até dançar com Aquela rapariga. Que o deixa tão nervoso que o leva a fazer apenas o passo-base. Em 2 ou 3. No máximo. E afastado meio metro da moça.... não vá o diabo tecê-las!

4) o encostado
Até já sabe alguns passos, já teve várias aulas, mas não lhe apetece testar - ou ser testado. Passa a noite toda encostado no bar, a avaliar as mulheres que por ali dançam, e a imaginar como dançariam com ele... se ele ganhasse coragem para as convidar a dançar.

5) o céptico
Está farto de ouvir os amigos falarem da kizomba. Que dá para conhecer "gajas giras", que há cada vez mais festas de kizomba, que é out quem não sabe fazer a saída da senhora. Mas o céptico chega a uma festa e se dançar uma música é muito. E para dançar é com alguma colega da escola de dança, com quem não se sinta pressionado ou testado. Afinal, se alguma coisa correr menos bem, pode-se sempre ficar na dúvida se o passo errado foi da sua (in)competência ou da (in)competência da parceira.

6) o aluno
Começou por ser um autêntico desastre nos passos-base. Demorou mesmo mais de 2 aulas e meia a conseguir algo parecido com a saída do homem. Mas de repente, sem que nada o preveja, começa a mostrar um certo salero, a arriscar umas saídas cruzadas... e a empurrar o pé da parceira. Não se consegue perceber quem fica mais satisfeito: se a mulher, pela ousadia do aluno, se este por compreender que é tudo uma questão de feeling.

7) o agressivo
Anda a aprender kizomba há uns 2 ou 3 anos, no mínimo. Já sabe de cor e em teoria como funcionam todos os passos... mas a única coisa que ainda não aprendeu foi a funcionar com uma parceira. Esquece-se que são precisos 2 para dançar. Decora os passos mas não se recorda que, para os passos funcionarem, é necessário que a parceira esteja alinhada com ele. Resultado? agressividade, explosão, indignação porque ela não soube "fazer a onda" quando ele queria - mesmo que a "onda dele" fosse mais um esfregar de peito do que outra coisa qualquer.

8) o voyeur
Anda a aprender kizomba há uns 2 ou 3 meses, no mínimo. Já sabe na teoria os passos-base, já se gaba para com os amigos das coreografias que, supostamente, consegue fazer... mas o objetivo final deste "bailarino" é amassar a cintura da parceira. Ou pô-la de costas para um espelho, para poder passar o tempo a ver o bumbum a dançar e a desfrutar da música.

9) o vaidoso
Já sabe os passos-base e intermédios da kizomba. Gaba-se a toda a gente de saber fazer isto e aqueloutro. Mas sente-se tão inseguro que "necessita" de ir para o social vestido... de uma forma patética: com roupas 1 ou 2 tamanhos abaixo do seu tamanho, armado em "bonzão", cheio de ginga mas parco em carisma. Quando te convida "ameaça com passos avançados", mas raramente vai além da saída dupla.

10) o acomodado
Aprendeu a dançar kizomba nas festas e/ou com amigos e família. Sabe perfeitamente a diferença entre o passo-base e o 1,2,3. E está bom, pra ele. Qualquer alteração que haja, só com tarraxinha. E mesmo assim olha lá.

11) o crente em "porno-kizomba"
Para este dançarino, kizomba não é mais do que tarraxar, em que as "damas" estão lá para se esfregarem. Kizomba não se dança em forma de pirâmide (hum???), mas antes com as partes pélvicas bem encostadas. E variações da dança? Só na horizontal, claro!

12) o kizomba-man
Anda nas aulas de kizomba há séculos. Não falha um workshop nos principais spots de música africana. Trata o Waty, a Anita e o Avelino por tu, é amigo de todos os organizadores de kizomba-parties, ri-se quando alguém lhe fala num novo passo... mas esquece-se que a parceira pode ainda não saber aquele passo. Irrita-se por nada, arma-se por pouco, faz questão de ser o centro da pista - mesmo que a sua parceira não sinta o mesmo.

13) o artista
"Sabe tanto" que recusa ir a qualquer aula ou workshop. E depois chega a uma festa, inventa passos e irrita-se com a parceira que "não está à sua altura" - nem que seja por esta ter estranhado ele ter-lhe pedido um passo de bachata, p.ex, em vez da sensual kizomba

14) o kizombeiro
Gosta de kizomba e admite-o humildemente. Gosta de ir a aulas e/ou workshops, nem que seja para aperfeiçoar a sua técnica. Quando convida alguém para dançar, faz questão de mostrar cavalheirismo.... e uma certa superioridade. "Querida, eu ensino-te a dançar" é o que lhe passa na cabeça quando te convida para uns passinhos. E esforça-se por ser inesquecível.

15) o "tal"
Pode nem saber dançar nada por aí além, pode ter um pouco de cada um dos tipos acima referidos, pode nem te inspirar grande confiança. Mas ao fim do primeiro minuto de dança, percebes que é este o par da noite. Encaixas com ele de uma forma espetacular e pensas "posso nem dançar mais o resto da noite, não faz mal: já encontrei o par ideal".


Eu já dancei com todos estes tipos de homens. Já aprendi a reconhecê-los e a dançar com eles conforme a sua postura. Naturalmente, alguns só merecem uma música para dançar, outros são candidatos a se transformarem no par da noite.

Independentemente de tudo, e independentemente da música que se dança, um par só se faz e liga se ambos se projetarem e completarem um no outro.
Agora,
Adivinhem qual o tipo de par que eu mais gosto?


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1 comentários:

Anónimo disse...

Boa Noite!!
Você teria algum vídeo que ensina kizomba solo?
Desde já agradeço pela atenção.
Obrigada
marytélamachado@hotmail.com

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