Porque é que se chamam "Nódoas negras" aos hematomas - se os mesmos têm sempre tonalidades tão díspares como amareladas, azuladas, arroxeadas, semi-castanhas ou mesmo esverdeadas??
Dúvidas que se me assolam
13:28 |
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Serviço público
09:22 |
Livro escolar tem exercício em que um rapaz larga um gato da varanda
O livro de exercícios, que deveria ser publicado em Agosto próximo, será agora revisto após a "denúncia" e partilha deste maravilhoso exemplo nas redes sociais. Diz a editora que, apesar do livro ter sido revisto por 3 pessoas, ninguém reparou na
Toda a notícia no Público.
À beira dos 40
14:36 |
Nascida em 1975, tu percebes que chegaste, pelo menos, a um terço da tua vida (há quem aponte para meio da viagem, mas eu faço questão de acreditar que os meus genes – e exemplos de avós e bisavós – me irão permitir passar a barreira dos 100 na boa!). E que, tal como tem vindo a acontecer nos últimos anos,
- já não ligas às
notícias. Fartaste-te de ouvir desgraças, crises, homicídios, informações
pessimistas e derrotistas… e estejas um dia ou uma semana sem assistires ao
telejornal ou só às gordas dos jornais, o mundo não deixará de girar, e haverá
sempre alguém que te pergunta, meio chocado meio sedento de sangue “ouviste
aquela notícia do outro que matou não sei quem?”, acabando por te por ao corrente
do que se passa na atualidade
- já não gastas horas
a ver televisão. Além da mesma ser monopolizada pelos garotos, quando tu
finalmente consegues uns minutos para te sentares em frente à dita, ou estás
tão cansada que adormeces, ou está a passar pela enésima vez a 7ª temporada da
Anatomia de Grey ou um qualquer filme dos anos 90… que tu já viste aí umas 3 ou
4 vezes, no mínimo
- percebes que a tua
mente ainda é uma quase teenager, mas o corpo começa a revelar algum cansaço.
Aquela ruga feita pela almofada, durante a noite? Continua firme e esplendorosa
mesmo depois de almoço. Apanhar algo caído no chão? É levantado sempre com um “uuugghh”,
ainda que sussurrado. Noitadas em que te deitas às 4 ou 5 da madrugada?
Terminam sempre com o teu acordar às 8 da manhã, no máximo, e um cansaço pior
que ressaca (mesmo que não toques numa única gota de álcool)
- viraste as costas a “medos”
de antigamente, e já não te importas com a opinião dos terceiros. Seja sobre a
forma como educas, como foste educada, o que tens ou deverias ter recusado… Já não
tens pachorra (ou “necessidade”) para engolir tantos sapos. Ou para evitares dar uma
opinião que, sabes, será polémica. Afinal, quem não gosta come menos!
- sentes-te feliz e com um toque de vaidade quando ainda te tratam por "menina", as pessoas à tua volta te tratam por "tu", e manténs no teu círculo de amizades pessoas de todas as idades (apesar de ficares um pouco atónita por algumas dessas pessoas terem idade para ser teus filhos - e não me refiro aos coleguinhas das tuas crias!).
- já não queres saber
se encontras o príncipe encantado, ou se/quando é que a tua relação vai acabar.
É para aproveitar o momento: se conheceres alguém que te faça feliz, ainda que
por um dia (ou noite), aproveita; se as coisas mudarem ou acabarem – chora-se
um pouco, enxugam-se as lágrimas e segue-se em frente com um sorriso na cara!
- ficas sempre
estupefacta quando fazes contas sobre aquela música ou série ou nascimento que
aconteceu em 2005, pra aí (parece que foi ontem!)… e afinal foi há uma década! “Como
é que é possível??”. Compreendes finalmente (e lamentas) a expressão que o teu
pai tanto dizia, quando eras miúda, em que o tempo passa cada vez mais rápido. O
que na altura te parecia um absurdo – agora reconheces como uma verdade
absoluta.
- já fizeste as pazes
com o teu corpo. Seja ele mais pró anorético, musculado ou redondo.. é o teu
corpo. Podes sempre tentar corrigi-lo um pouco (mas sem fanatismos, essas
maluquices ficaram fechadas na passagem para os 30), e aprendes a valorizar o
que de melhor tens.
- por muito que tenhas
quase 40, continuas a imaginar-te (e a vestir-te e a comportar-te) como tendo
30 (e ainda bem!). Para ti, uma mulher de 40 terá sempre a aparência que tinha
quando ainda não sabias ler nem escrever, com o cabelo curto ou cheio de laca,
e a usar saias travadas pelo joelho. E acabas por culpar a música do Paco Bandeira (sobre a "ternura dos quarenta"),
que te vem sempre à cabeça e por lá fica a tocar durante o resto do dia – ou da
semana.
- já não stressas ou
sobrevalorizas os receios que também tiveste aos 30, quando eras uma recém-mãe.
Caiu? Levanta-se, lava-se a ferida e siga. Vai acampar? Que se divirta e aproveite
a experiência. Vai dormir a casa de um amiguinho? Que se divirta e aproveite a
experiência... mas se houver uma (uminha!) queixa que seja por parte da outra
mãe, terá um problema! Vai mudar de escola? Vai conhecer novos amigos. Começou
a chover e foi de calções para a escola? Não há-de morrer por causa disso. Faz
birra porque é o único da sala que não tem telemóvel? Temos pena. Não quer
comer o peixe? Não come, não há-de morrer de fome (também não há-de comer sobremesa
ou um qualquer snack, mas isso será um problema que ele terá de resolver com a
sua própria gula).
Pelo direito à greve?
23:01 |
Greve: cessação colectiva e voluntária do trabalho realizado por trabalhadores com o propósito de obter benefícios, como aumento de salário, melhoria de condições de trabalho ou direitos trabalhistas, ou para evitar a perda de benefícios.
Parece-me bem. Muito bem mesmo que as pessoas lutem pelos seus direitos, pelo que acreditam merecerem, por melhores condições. Aplaudo quando alguém recorre à greve como um último recurso, com o objetivo de chamar a atenção para um problema que precisa de solução rapidamente, sobretudo quando esta é a única hipótese possível.
"O problema é que as greves, que deveriam ser a exceção, tornaram-se de repente na regra, na rotina."
"O que leva a que a população, no geral, já não veja com tão bons olhos assim a decisão de muitos trabalhadores. O que faz com que muita gente passe a encarar a greve com mais um benefício pré-definido de alguns trabalhadores, ou desculpa para a preguiça, ou outra treta qualquer. Afinal, se quase todos os dias há uma greve qualquer!!"
"E de repente, quem faz greve passa de bestial a besta, porque interrompe o bom desenvolvimento da comunidade / sociedade. E quem é que ganha com esta postura? A entidade que "sofre" das decisões dos seus trabalhadores grevistas, e que com jeitinho ainda se transforma numa "vítima das decisões dos sindicalistas"."
Estes são reações / exemplos que oiço de muita gente face às constantes notícias de greves, pré-avisos de greves, ou ameaças de sindicatos às greves. Independentemente da cor partidária de quem torce o nariz às paralisações de trabalhadores, o conceito é comum: a greve em demasia enjoa, não obtém os resultados teoricamente desejados e... só beneficia o trabalhador "vitimizado", que por tendência faz greve em dia junto a fim-de-semana... e luta por benefícios acima da realidade nacional.
Resolvi, por isso, pesquisar um pouco sobre as greves em Portugal, nas últimas semanas - e sobre as motivações para as mesmas. E confesso que fiquei também surpresa com a quantidade de greves que tem havido... e com o modus operandi dos trabalhadores aderentes à mesma. Por isso, permitam-me algumas sugestões:
Metro de Lisboa
Nas últimas semanas, greve a 24 de Fevereiro, 16 de Março, 18 de Março, 10 de Abril, 28 de Abril, e previsão para 19 e 26 de Maio.
Motivo? hummmm..... melhores condições salariais??? reforma antecipada??? não faço ideia
Modus operandi? Não há metro para ninguém. Portanto, quem pagou o passe... temos pena. Quem precisa de viagem avulso... temos pena também.
Sugestão? Deixarem as cancelas abertas. Quem quiser andar anda. Não precisa comprar bilhete avulso, ou preocupar-se com o passe - nesses dias não haverá fiscalização de bilhetes de transporte. Assim, a empresa teria de pagar os custos com a utilização dos comboios, manutenção dos mesmos, o dia de trabalho dos aderentes... e o consumidor final não seria prejudicado!
CP
Nas últimas semanas, greve a 2 de Abril, 3 de Abril, 5 de Abril, 6 de Abril e 16 de Abril
Motivo? Reclamar o cumprimento da decisão dos tribunais relativa ao pagamento dos complementos nos subsídios desde 1996 e, mais recentemente, contra a fusão com a REFER e o fim de regalias
Modus operandi? Não há comboios para ninguém. Portanto, quem pagou o passe... temos pena. Quem precisa de viagem avulso... temos pena também.
Sugestão? Deixarem as cancelas abertas. Quem quiser andar anda. Não precisa comprar bilhete avulso, ou preocupar-se com o passe - nesses dias não haverá fiscalização de bilhetes de transporte. Assim, a empresa teria de pagar os custos com a utilização dos comboios, manutenção dos mesmos, o dia de trabalho dos aderentes... e o consumidor final não seria prejudicado!
Carris /SCTP
Nas últimas semanas, greve a 10 de Abril, 22 de Abril e 11 de Maio
Motivo? Defender o serviço público e garantir maior segurança / motoristas
Modus operandi? Não há autocarros para ninguém. Portanto, quem pagou o passe... temos pena. Quem precisa de viagem avulso... temos pena também.
Sugestão? Abram as portas a quem quiser utilizar este transporte. Quem quiser andar anda. Não precisa comprar bilhete avulso, ou preocupar-se com o passe - nesses dias não haverá fiscalização de bilhetes de transporte. Assim, a empresa teria de pagar os custos com a utilização dos autocarros, manutenção dos mesmos, o dia de trabalho dos aderentes... e o consumidor final não seria prejudicado!
Contra ordenados (ou atualização dos mesmos) em atraso
Nas últimas semanas, greve a 30 de Abril, 1 de Maio, 4 de Maio e 7 de Maio, e previsão para 16 de Maio e 23 de Maio
Quem? Trabalhadores de hipermercados, jogadores do Beira-Mar, trabalhadores da Renault-Cacia ou do Parque Floresta, guardas prisionais
Modus operandi? manifestação à porta do local de trabalho, sob o patrocínio (velado) da SIC, TVI e Sindicatos da oposição
Sugestão? Jogadores do Beira-Mar, entrem em campo mas não se mexam - fiquem 90 minutos sentados no relvado. Trabalhadores de supers e hipermercados, não reponham ativamente material nas prateleiras (façam a reposição mmuuuuuuuiiiitto lentamente, um produto a cada 10 minutos, p.ex), pessoal das caixas demorem muuuuuuiiiiiiittto tempo a registar uma compra - será irritante para o consumidor, mas expliquem simpaticamente a vossa posição. Trabalhadores de outras empresas? Façam o mínimo.... mas não deixem de aparecer, de ligar a luz, usar a água, obrigar à segurança necessária. Assim, a empresa terá de pagar os custos com o dia de trabalho dos aderentes, com a manutenção do local de trabalho... e o consumidor final não sairá muuuiittto prejudicado.
ACT
Pela primeira vez nos últimos 20 anos, greve a 28 de Abril
Motivo? Falta de colaboradores / excesso de trabalho
Modus operandi? Manifestação na rua, sob o patrocínio (velado) da SIC, TVI e sindicatos da oposição
Sugestão? auditarem todas as entidades públicas. Obrigarem à paralisação das mesmas, por visita-surpresa e em plena hora de expediente (e idealmente às que têm atendimento ao público). Incomodaria o consumidor final... mas seria uma diversão e um fartote a partilhar!!!
TAP
Da última vez, greve de 1 a 10 de Maio
Motivo? ............................................................. huuuummm...
Modus operandi? Cancelamento de cerca de 70% dos voos
Sugestão? A Easyjet, Ryanair, Iberia, Air France, British Airways e restantes companhias que sobrevoam a Europa, África e mais um bom par de países agradece a decisão dos pilotos da TAP. E sugerem que a greve passe a ser periódica, do género quinzenal. Só naquela de manterem a sua posição, "não desistam", "mostrem a vossa garra"! Enquanto o sindicatos dos pilotos da TAP luta por... qualquer coisa (não me lembro bem do quê, mas também não interessa assim tanto), as restantes companhias fazem "o sacrifício" de compensar as necessidades entretanto criadas aos viajantes da transportadora aérea.
Fora de brincadeira, como disse acima compreendo perfeitamente o motivo das greves. Não compreendo é, muitas vezes, a forma como as mesmas são feitas - ou a quantidade de vezes que são feitas. Lutem pelos vossos direitos, sim. Mas lutem com inteligência. E procurem sempre a forma mais inteligente de incomodar quem vos incomoda e leva à vossa decisão!
Fontes: http://www.aeiou.pt/quiosque/search?s=greve e http://www.dn.pt/Inicio/Tag.aspx?tag=greve
O fim da Disney
21:49 |
Pelos anos 20 do século passado, Walt Disney criou um
mundo de fantasia perfeito para meninos, meninas e adultos em idade, crianças
em espírito. Aproveitou e desenvolveu o mito do “e viveram felizes para sempre”,
adaptou contos e fábulas conhecidos mundialmente, fez sonhar meio mundo com a
esperança de uma vida melhor, cor-de-rosa, cheia de purpurinas e sonhos. E
venceu. A sorte de Walt Disney foi ter ampliado esta mentalidade em pleno
século XX: se fosse nos dias atuais, já teria falido há muito!
A verdade é que as histórias que deram a glória à máquina
Disney, se fossem actualizadas para os dias correntes, teriam muito provavelmente
um desfecho diferente – ou, pelo menos, o sucesso seria muito mais brando do
que há quase 100 anos atrás. Vejamos algumas dos clássicos mais explorados (e
beneficiados) com a máquina Disney – e como os mesmos seriam contados se
apresentados nos dias de hoje:
Cinderela
Sinopse: jovem acompanha o casamento do pai com uma mulher
ambiciosa, mãe de 2 raparigas da sua idade. Esta vê na enteada uma possível
ameaça e as suas filhas sentem inveja pela beleza da garota. Solução? Pô-la
como responsável pelas lides domésticas (mas sempre com receio de alguma queixa
por exploração infantil). Um dia, há uma festa na cidade onde um herdeiro
procura uma nova conquista. Como o pai desapareceu da história (é o chamado
abandono do lar), a madrasta resolve esquecer as agruras da vida e, com as
filhas, vai “laurear a pevide”.
A
Cinderela arranja uns sapatos emprestados e vai também tentar engatar o
herdeiro. Consegue o seu propósito – e ainda garante que o dito vá atrás dela,
com prendas de cristal (pronto, não será a melhor hipótese, mas enfim!), e com
uns sapatos Louboutin. Fogem os 2 para parte incerta.
Branca de Neve
Adolescente acompanha o casamento do pai com uma mulher
ambiciosa (afinal, que trauma é este de Walt Disney com as mulheres
independentes??), que procura manter a flor da juventude e ser tão bonita
quanto a protagonista. Face ao complexo de Electra entre Branca de Neve e o
pai, a madrasta revolta-se contra a sonsice de Branca, que acaba por fugir para casa de 7 homens
estranhos. A madrasta, arrependida e preocupada com a enteada bonita perdida algures,
procura-a e tenta-a convencer a voltar, usando mesmo uma certa chantagem emocional ou
mesmo manipulação: oferece-lhe jóias e produtos de beleza, mas será quando a
tenta persuadir com alimentação saudável que Branca de Neve finge adoecer. E só
“acorda” quando um estranho passa por ela e, do nada, a beija. Fogem os 2 para
parte incerta.
Pinóquio
Homem de já certa idade quer ser pai – ou, pelo menos, tomar
conta de algum menino. Farta-se de implorar pela realização deste desejo a tudo
o que seja anjos e santos e mães de santo, até que lhe aparece em casa um
menino de origem africana (“castanho – com cor de madeira”, ‘tão a ver?) – que ele
adota como sendo seu filho.
Exige ao petiz educação e rigor nos estudos, mas o
pirralho revela-se hiperactivo (ou especial, uma “criança-indigo”) e balda-se
às aulas, não respeitando as diretizes do pai - que tenta fazer dele uma marioneta, não ouvindo as necessidades e curiosidade da criança. Nos dias atuais, a Segurança
Social receberia uma denúncia anónima e o puto iria para uma instituição de
acolhimento temporário – ficando lá anos a fio até conhecer uma pandilha que o
levasse para bem longe.
Capuchinho Vermelho
Adolescente resolve, sozinha, ir visitar a avó. Apesar
dos avisos da mãe, vai pelas ruas mais desprotegidas, mesmo tendo em conta a
possibilidade em cruzar-se com algum “lobo mau”. Ao passar por este, dá-lhe
conversa e diz-lhe para onde irá, a que horas lá chegará, quem lá estará… O “lobo” percebe a mensagem e vai para a casa onde, supostamente, a miúda estará. Entra lá
dentro e vê alguém deitado na cama. Acreditando que aquilo será um jogo, aproxima-se…
e ante as perguntas aparentemente maliciosas que a mulher acamada lhe faz, ele
vai respondendo…. tentando sempre manter a chama e a tentação: “os olhos são para te ver
melhor”; “as mãos são para te tocarem melhor”; “a boca grande é para te comer
melhor”. Quando a miúda chega a casa e depara-se com o flirt entre a avó e o
lobo, corre despeitada a chamar o vizinho caçador. Que corre atrás do “animal”
por este estar prestes a comer a avó…. Apesar desta ser um apetite seu há já
alguns anos!
Rapunzel
Casal “engravida” de bebé que, desejam, será um filho
varão.
Quando se apercebem que a criança é do sexo feminino, perdem a vontade
de manter a gravidez e, ante a pouca facilidade num aborto, entregam a criança
a uma senhora de alguma idade. Esta, encantada com a filha, oferece-lhe um duplex,
com medo de a perder… e todos os dias enaltece a beleza da moça e os seus
longos cabelos loiros, fortes e chamativos. Um dia, percebe que a outrora
menina doce está à janela a engatar tudo o que seja homem…. Que,
descaradamente, sobe ao quarto da miúda. A senhora tenta acabar com aquela
pouca vergonha, chega a cortar os longos cabelos da “princesa”… mas a miúda
acaba por fugir com um qualquer…. Para parte incerta.
O Livro da Selva
Bebé é abandonado na selva, e ninguém mais o procura. A
National Geographic dedica 12 temporadas a acompanhar a sobrevivência e
desenvolvimento desta criança, que se transforma num pequeno primitivo,
habituado a subir a árvores como se fosse um primata e a conviver com outros
animais. Um tigre, fugido de um circo (e, por isso, habituado a convivência com
humanos), tenta levar a criança de regresso à realidade humana, impelindo-o a
aproximar-se de uma aldeia. Mas nenhum humano mostra interesse pelo petiz… e a
National Geographic rescinde o contrato com a TV Cabo e com o dono do circo, quando lhe aparece
a oportunidade de filmar a vida de uma miúda que vive num barco em alto mar e
que se intitula como a “Pequena Sereia”.
É um facto: a Disney só conseguiu o sucesso que tem por ter nascido e expandido numa época
em que ainda se acreditava no “Pai Natal”. Se Walt Disney fosse hoje vivo e
estivesse ainda no ativo, não poderia continuar a investir em temas como o abandono familiar, ou relações entre teenagers e estranhos, ou exploração infantil. Por isso, ou se dedicava a contos e histórias sobre greves e
redes sociais… ou teria de procurar um futuro noutra área do faz-de-conta… como
a política, por exemplo!
Às filhas nos anos 80, mães nos dias de hoje
18:12 |

Agora que és a mãe, os
teus filhos têm aulas de manhã e de tarde, e ATL, e atividades
extra-curriculares, e piano, e inglês ou mandarim (ou os 2)…. Até tu os conseguires levar para casa.
Quando tu eras a filha,
bastava “aquele” olhar da tua mãe para tu voltares a fingir seres um anjinho.
Agora que és a mãe, já
não consegues “só” olhar para os teus filhos, porque eles não vão ligar nenhuma.
Tens de olhar, ameaçar, levantar a voz (assertivamente, defendes-te tu),
negociar… para que os teus filhos finjam ser um anjinho.
Quando tu eras a filha,
não tinhas confiança suficiente com os teus pais para lhes responder “à letra”, nem fazer perguntas incómodas… tudo por uma questão de respeito
(ou medo de alguma mão mais pesada).
Agora que és a mãe, não
ordenas nada aos teus filhos – quanto muito argumentas, justificas, imploras. E
questionas-te onde está o respeito que tu tanto sentias pelos teus pais e que
não consegues ver nas tuas crias.
Quando tu eras a filha,
assistias a desenhos animados que eram uma autêntica chantagem emocional: era o
Marco que tinha visto a mãe a partir, a Heidi que tinha ficado a viver numa
montanha, isolada e sem notícias da mãe, a Candy Candy feita gata borralheira…. E mesmo inconscientemente tu imaginavas que,
se o destino quisesse, tu poderias também ficar sem a tua mãe.
Agora que és a mãe,
percebes que os teus filhos assistem a desenhos animados em que pura e
simplesmente já não há qualquer referência à figura materna. É o caso do Jake e
os Piratas da Terra do Nunca, ou os Caricas, ou a Casa do Mickey Mouse – tudo grupos
de amigos, auto-suficientes, que não têm como temer a ausência da mãe – como?,
se o que não existe não pode causar saudade?
Quando tu eras a filha,
conhecias toda a vizinhança do prédio, da rua e do bairro – e eras naturalmente
conhecida “como a filha de…” O que levava a que os teus pais tivessem uma série
de cúmplices na tua educação e controle.
Agora que és a mãe, nem
tu conheces a vizinha do lado!, quanto mais? Como é que podes confiar que a tua
filha possa ter a chave de casa e brincar na rua com a amiguinha do prédio ao
lado - cujos familiares tu conheces muito vagamente, e só se for em ambiente de reunião escolar?
Quando tu eras a filha,
ansiavas pelo teu aniversário ou pelo Natal ou pela passagem de ano para ver se
tinhas direito a uma prenda. E estava bom! Ah, também não era mau quando revias
a tua madrinha ou quando visitavas os teus avós, com sorte recebias uma nota de
20 escudos à socapa… que tu guardavas religiosamente no mealheiro.
Agora que és a mãe,
sentes-te pressionada pelos teus filhos e sociedade e vizinhos e outras mães
para comprar prendas e gadgets e programas de fins-de-semana (como idas ao
lanche no shopping + cinema + jantar) a torto e a direito. E ainda comemoras
se, do plafond diário que tens para gastos com as crias, consegues uma poupança
de 20 cêntimos… que tu guardas religiosamente (até à próxima vez).
Quando tu eras a filha, a
tua mãe chamava-te a atenção para tu agires como uma senhorinha. E para respeitares
os mais velhos, a professora, e ai de ti que pensasses sequer nalguma palavra
feia, quanto mais dizê-la!
Agora que és a mãe,
chamas a atenção da tua filha para, aos 8 anos, não agir tanto como uma
senhorinha (unhas pintadas? Kit de maquilhagem para os anos??). E exiges aos
outros que respeitem a tua filha (já o contrário…), e desculpas a sua má
educação e prepotência pela possível hiperatividade… ou porque a criança "tem de mostrar a sua personalidade, é uma questão de liberdade" (eu dou-lhe a liberdade!).
Quando tu eras a filha, a
tua mãe educava-te como sabia – e imaginava ser o melhor. E tu obedecias, e não
ficavas traumatizada se levavas com algum berro, ou puxão de orelhas, ou
fim-de-semana sem um bolo, ou uma palmada “no momento certo”. E ninguém ficava
melindrado nem se abriam telejornais a falar dos traumas para a vida.
Agora que és a mãe, levas
a toda a hora com manuais de instruções sobre como educar os teus filhos. Ou
alimentá-los. Ou vesti-los. Ou “amá-los” (really??). E tu tentas obedecer, para
que eles “não fiquem traumatizados” – ou não te apontem o dedo por, se daqui
por uns anos algum dos agora miúdos fizer uma asneira, tal decisão não tiver sido fruto de
um ou outro raspanete que te atreveste a dar-lhes, aos 4 anos, após a birra no
supermercado devido a um qualquer Lego ou Nancy.
Mas independentemente de algumas "falhas" na educação que a tua mãe possa ter tido – e que tu possas ter, também..
Lembra-te: és a mãe. És quem testa neles os princípios que desejas que eles tenham e sigam. És quem abdica de alguns momentos em prol da sua existência. És quem mais sorri pela evolução dos teus infantes, e mais sofre por algum tropeço dado ao longo da vida. Por muitos defeitos que tenhas, és tu que vais servir de
exemplo, de companhia, de ombro, de motivação. Por isso, aproveita o teu dia.
Celebrado ontem, festejado sempre que recebes um mimo ou uma atenção dos teus
filhos.
És, afinal, a razão de ser de todos nós, filhos. Um feliz dia para ti, mãe!
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