Nos dias de hoje,
ser-se pai (ou mãe) não é nada fácil. Por todo o lado pululam sugestões,
críticas, opiniões, pareceres e sei lá mais o quê… a fundamentarem que TUDO o
que uma criança faça (ou goste ou tenha ou diga) é digno de crítica, avaliação
e reflexão. E como deveria ser diferente.
Basta abrir uma
revista, entrar num site, passear por uma qualquer rede social ou assistir a
programa de televisão dedicado à família, e é uma enchente de dicas e sugestões
sobre
- a alimentação
- há as correntes de apoio
exclusivo aos laticínios e os estudos que “comprovam” que proteína láctea em
excesso poderá provocar gaguez quando a criança é apanhada a fazer alguma
asneira típica da idade
- há os fanáticos do movimento
infanto-vegan e os entusiastas da erradicação da sopa
- há as 7 dicas para que o seu
filho recuse o açúcar, versus as 15 etapas para que o seu filho faça birra… se
não tiver brócolos no prato
- a educação
- é o movimento pela
aprendizagem do mandarim contra a manifestação marcada pelo regresso do Francês
- é o apoio ao incremento de
mais 14 horas semanais para AECs versus o fim do ensino secundário
- é a iniciativa “Aprender
Álgebra quântica antes dos 9 anos” contra o projeto “Yoga analítica para uma
postura passivo-criativa”
- as amizades
- são os 10 motivos para
incentivar o seu rapaz a assinar o programa Erasmus na Lituânica, a par de “Como
surpreender a privacidade do seu filho? 8 dicas infalíveis”
- são as teorias em como se tornar
a melhor amiga dos melhores amigos dos seus filhos, juntamente com “conhece bem
as conversas secretas da sua criança?”
- etc etc
E depois, há todos os extrremismos e fanatismos típicos de quem está tão assoberbado com esta informação e pseudo-psicologias e terapias infantis.... que acaba por não conseguir discernir o bom senso.... da quase loucura.
Por exemplo, ontem, em Portalegre, a PSP local fez uma série de atividades para festejar o dia da Criança. Em que uma delas era simular um motim, onde parte dos gaiatos fizeram de polícia de choque, e outros quantos fizeram de manifestantes.
Claro que houve logo muitos "comentários chocados" com esta iniciativa, e partilhas indignadas (eu acho um piadão as pessoas ficarem "chocadas" e, consequentemente, terem "necessidade" de partilhar essa mesma notícia como forma de "protesto"), e revoltas, e prenúncios que as crianças que vivenciaram esta experiência serão traumatizados para o resto da vida, e sabe-se lá mais o quê.
É, minhas gentes, a ideia pode ter sido um pouco disparatada. Mas para quem cresceu a cantar o "atirei o pau ao gato, e o gato não morreu", a ver o Tom Sawyer a correr descalço à beira do Mississipi, e a brincar com fisgas e aos polícias e ladrões..... onde é que está a razoabilidade de ver que isto foi apenas uma atividade / brincadeira - não um incentivo ou outra parvoíce do género?
A infância é um período de experimentação, de brincar com a realidade. Numa época em que há cada vez mais manifestações (sobretudo tão mediáticas como a que envolveu um adepto do Benfica em Guimarães, há umas semanas), é importante relativizar as situações aparentemente mais melindrosas e mostrar a uma criança os 2 lados da questão.
Não stressem, pais, se os vossos filhos brincam por exemplo aos polícias e ladrões. Antes este tipo de atividades do que deixá-los tardes sem fim na nintendo ou no PC, a jogarem e a "mutilarem" monstros, pessoas, e as mais diversas entidades. Pelo menos estas crianças de Portalegre divertiram-se e ficaram com uma recordação... de como é bom ser pequeno!
A infância é um período de experimentação, de brincar com a realidade. Numa época em que há cada vez mais manifestações (sobretudo tão mediáticas como a que envolveu um adepto do Benfica em Guimarães, há umas semanas), é importante relativizar as situações aparentemente mais melindrosas e mostrar a uma criança os 2 lados da questão.
Não stressem, pais, se os vossos filhos brincam por exemplo aos polícias e ladrões. Antes este tipo de atividades do que deixá-los tardes sem fim na nintendo ou no PC, a jogarem e a "mutilarem" monstros, pessoas, e as mais diversas entidades. Pelo menos estas crianças de Portalegre divertiram-se e ficaram com uma recordação... de como é bom ser pequeno!
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