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Benvindos à Feira Popular

Acabei de ler no facebook um amigo queixar-se que está novamente apaixonado – e que o melhor mesmo é vir a próxima paixoneta, rapidamente, para que a sensação actual passe.

Fez-me lembrar a Feira Popular.



Tal como as paixões de início de Primavera (ou de início de outras estações do ano), a Feira Popular também abria portas normalmente nesta altura do ano (penso eu de que), apresentava-nos as novidades e as diversões já há muito conhecidas, nós por lá andávamos a gastar tempo e dinheiro, e no fim acabávamos a noite com a sensação agri-doce de “foi bom…. Será que eu quereria mais?”

Porque a Feira Popular serve, efectivamente, para termos boas analogias com a maioria de paixonetas que, nesta altura do ano, abraçamos. Por exemplo, há:

O carrocel
- mais uma moeda, mais uma volta. A coisa nunca muda, os sintomas são sempre os mesmos, o tipo de homem / mulher é invariavelmente igual ao anterior…. E por muito que cheguemos a um ponto em que nos aborrecemos daquela voltinha, não conseguimos dizer que não (a nossa criança interior não deixa!). E quando a volta acaba, saímos de lá com um encolher de ombros (mas a olhar para trás, matutando se vale a pena comprar mais uma ficha)

A casa de espelhos
- entramos nela com o objectivo de encontrarmos a alma-gémea. Teoricamente igual a nós, mas que acaba por sair distorcida. E feia. Mas pelo menos dá para rir um pouco!

O comboio-fantasma
- é uma viagem com muitos sustos, suspeitas, fantasmas passados, e no fim uma certa agonia por termos gasto o nosso dinheiro (tempo) num passeio que tem a sua graça… mas que nos deixa com o coração na boca.

O poço da morte
- é ver o/a artista gozar a festa toda sozinha (é o tipo de pessoa que gosta de dar espectáculo, nós só participamos enquanto público, encadeados com tanta luz), e sem podermos participar (opinar, sugerir, seja o que for) mais ativamente. No fim aplaudimos, não tanto por termos gostado daquela relação unilateral, mas sobretudo porque acabou

A roda gigante
- muito expectável. E parado. E démodé. Ao fim de 5 minutos, já queremos sair – temos é que esperar pelo fim da volta, para não nos esborracharmos de uma altura de 20 ou 30 metros. Até lá, a coisa anda, lentamente, muito lentamente…..

Os carrinhos de choque
- andamos os dois às turras, atrás um do outro para depois entrarmos em choque constante. A coisa passa rápido demais, ouve-se demasiado cedo a buzina a alertar para o fim da relação / viagem… mas pronto – antes assim do que sairmos da pista com alguma mazela no organismo

O polvo
- são voltas alucinantes para a frente… e para trás. De vez em quando devagar, outras vezes rapidamente… nunca sabemos muito bem com o que contar. Só sabemos que, no fim, haveremos de ficar com um nó no estômago, e mal dispostos com a escolha feita.

A montanha-russa
- é isso mesmo. Uma montanha-russa de emoções. Em que começamos a corrida numa expectativa cada vez mais alta, para depois entrarmos numa crescente velocidade de sentimentos e sensações.

O algodão doce / farturas / pipocas
- muito açúcar. Demasiado açúcar mesmo. Ao princípio sabe bem, mas ao fim de umas degustações a coisa começa a agoniar. Não há organismo (salutar) que aguente tanto açúcar, tanto mel numa relação que se depressa se transforma num enjoo constante de tão peganhenta que é.

A Banca do tiro aos pratos
- onde por vezes conseguimos a surpresa da noite. Vamos para lá com um cepticismo fora do normal, atiramos a moeda para cima do balcão com um algum desdém, e no fim, sem que ninguém imagine, acertamos no prémio maior. Que levamos para casa, bem seguro debaixo do braço (não vá alguém querer levá-lo também), e com um misto de orgulho com surpresa – quem diria que aquele ursão iria dormir no nosso quarto?


M., estás numa montanha-russa de emoções? É bom sinal – aproveita as luzes e  surpresas da vida!


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