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Estou contaminada. E agora?

(Teoricamente) Com o decorrer da idade, aprendemos a proteger-nos das mais variadas situações. Aprendemos a lutar, a ser perseverantes, pro-ativos, determinados, assertivos, a não baixar os braços ante um possível problema, a planear todo um processo cujo objetivo final seja o sucesso.

Esquecemo-nos é que, muitas vezes, estas qualidades / características são excelentes.... para o lado profissional. E que nem sempre se aplicam a nível sentimental.

Sobretudo para as mulheres (se bem que também há muito bom homem que passa pelo mesmo), facilmente nos desprotegemos - correndo por isso facilmente o risco de "adoecer".

Porque ainda não inventaram uma espécie de "preservativo cardíaco", facilmente nos expomos aos mais variados vírus e bactérias que andam por aí à solta, e que, por muitos anticorpos e vacinas que tenhamos levado ao longo da vida, não são suficientes para nos deixar imunes a tal praga.

E como é que nos apercebemos que ficámos contaminados?
Nem sempre é fácil. Aliás, com o avançar da "vacinação" e crescente toma de antibióticos vamos ficando mais e mais insensíveis aos primeiros sintomas.


Mas a coisa costuma acontecer assim:

1) com a última virose apanhada no verão passado, juramos para nós mesmos que nunca mas nunca mais andaremos "à chuva". Que a partir de agora seremos nós a bactéria, um organismo vivo (e com muita saúde para dar e vender) cheio de energia, pronto para fazer parte do corpo (e alma) de alguém. E porque nem sempre a bactéria é prejudicial, haveremos de nos tornar vitais à saúde (ou carências) de outro
2) ficamos tão focados em que seremos nós o corpo estranho... que nos esquecemos que também poderemos conhecer outro com o mesmo objetivo. E, sem que nada o faça esperar, desprotegemo-nos dos vírus à solta no ar, que rapidamente se alojam nalguma célula (mental) nossa e começam a deixar os seus estragos
3) até que um dia acordamos e começamos a aperceber-nos de alguns sintomas. É aquele suor frio, é o coração a bater mais rápido, é a mente ficar confusa e a não entender alguns sinais, é a barriga que ganha um nervoso miúdo. Quando damos por nós, estamos totalmente infetados. Já não há volta a dar.

Depois, é tentar perceber se a doença foi provocada por uma bactéria (que até poderá ser fundamental para o nosso crescimento, ou anulada com algum antibiótico), ou por um virus (que nos infeta lenta mas eficazmente, podendo mesmo levar a alguma fatalidade, como que uma espécie de VIH - mas menos crónico do que o original. Será um qualquer VIG - vírus sobre a indiferença do/a gajo/a).

E perante o diagnóstico de VIG, lá dedicaremos algum tempo da nossa pouca saúde (mental) às 5 famosas fases causadas por esta descoberta:

1) negação
"Contaminado, eu? Mas como? Outra vez? Então mas eu ia jurar que tinha tido cuidado, usado proteção... (espera, naquele jantar pus-me a jeito... mas também foi só uma vez!). Não pode ser, deve ser engano. Veja lá melhor doutor!"

2) raiva
"Mas porque é que isto só acontece a mim? O que é que se passa com o meu organismo? Que coração fraquinho é este? Porquê este vírus? Com tantos espalhados no mundo...."

3) negociação
"Doutor, dá para fazer um transplante de coração? Eu prometo que nunca mais me deixarei contaminar!!! A sério! Veja lá doutor...". "Vou a um tarólogo / cartomante / pai de santo, ele há-de encontrar a solução que eu quero / preciso"

4) depressão
"Eu não mereço isto. Nunca mais vou sair de casa. Vou dedicar-me à bebida, ao chocolate, aos filmes lamechas e aos programas do Goucha!"

5) aceitação
"Pronto, estou infetado. Mas o doutor há-de arranjar remédio para isto. Ou pode ser que, com o tempo, os sintomas diminuam. Afinal, o que não tem remédio remediado está! Vou espairecer e tentar ganhar novos anticorpos. A partir de hoje, todo o cuidado será pouco!"


E até aceitarmos a nossa (fraca) condição, e encontrarmos cura para a doença, vamos sobre-alimentando a dor de alma com citações ou indiretas no facebook e outras redes sociais, e looping de músicas dedicadas ao coração. Como esta:







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